O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criticou a presidente Dilma Roussef (PT) nesta sexta-feira durante ato promovido pela Força Sindical em comemoração do Dia do Trabalhador, na zona norte de São Paulo. Segundo Cunha, que apoia o projeto de lei (PL) 4330, que permite a terceirização de todas as atividades de uma empresa e está em discussão no Congresso Nacional, a presidente erra ao assumir os interesses do PT e da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
“Acho que a presidente da República tem que ter cautela. Ela tem o direito de vetar qualquer proposta, embora a última palavra seja do Congresso. É muito importante que a pauta do PT não seja a do governo", disse cunha a jornalistas.
Em discurso divulgado hoje ans redes sociais, Dilma defendeu a regulamentação do trabalho terceirizado e fez ressalvas ao PL. “É preciso proteger a previdência social da perda de recursos e, assim, garantir sua sustentabilidade”, disse a presidente.
Para Cunha, porém, Dilma não deveria assumir a posição do PT. "A presidente não é sustentada apenas pelo PT, mas por outros partidos. Ela tem que ter a cautela de que o governo deve ter a posição da maioria da sua base. É perigoso quando assume a posição do PT", reafirmou.
Eduardo Cunha foi um dos principais convidados de Paulinho da Força, deputado federal pelo Solidariedade, para o evento da Força Sindical. Durante o ato em comemoração ao dia 1º de Maio, o presidente da Câmara foi tietado e convidado a tirar selfies.
Cunha também aproveitou para criticar a CUT, que tem um posicionamento contrário ao da Força Sindical e luta contra a aprovação da lei da terceirização. “A CUT teve um papel diferenciado na discussão da terceirização, usou o PT para fazer um debate equivocado, já que o projeto da terceirização não causa qualquer prejuízo ao trabalhador, pelo contrário, reconhece direitos e a CUT politizou esse processo. Quis fazer desse processo da terceirização uma embate político que visava única e exclusivamente proteger a arrecadação sindical deles", completou.
Sobre o fato de a presidente Dilma não ter feito pronunciamento oficial na televisão neste Dia do Trabalhador, Cunha disse que não é seu papel julgar a decisão. "Não me cabe comentar. Se eu prego independência de poderes, não me cabe interferir naquilo que é direito em faculdade de outro poder. Se a presidente tomou a decisão de não falar, falar de outra forma, é uma decisão dela e não me cabe fazer qualquer comentário.”