O ministro Flávio Dino negou que tenha qualquer desejo, no momento, de assumir a vaga da ex-ministra Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal (STF). No final de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou dúvidas quanto à possibilidade de indicar o atual ministro da Justiça para a Suprema Corte.
Durante uma conversa com jornalistas no Palácio do Planalto, Lula elogiou as qualificações de Dino, porém ponderou sobre a melhor opção para o País.
"Eu não tenho colocado isso em um horizonte imediato das minhas preocupações. O foco evidentemente é o trabalho do Ministério da Justiça e Segurança Pública", afirmou Dino, em entrevista à GloboNews.
Por outro lado, o ministro citou o "bom ambiente no Congresso" para uma possível sabatina ao STF. "Eu sou senador. E portanto, nas duas vezes que fui convidado ao Senado, fui muito bem tratado por todos. Então, tem um ambiente muito bom no Congresso de modo geral. Há uma exceção, que é uma determinada comissão da Câmara dos Deputados, mas isso realmente é algo muito localizado, de extremistas de direita", afirmou.
Em seguida, o ministro acrescentou: "[A indicação ao STF] realmente não está posto. Neste momento, o foco é esse trabalho [no Ministério]. Um dia, se o presidente Lula colocar isso, aí vamos contar os votos. Mas eu tenho muita tranquilidade em relação à boa relação que eu tenho no Congresso Nacional".
Em entrevista ao #EmPonto , Flávio Dino falou sobre a possibilidade de ser nomeado para o STF. "Isso não está num horizonte imediato das minhas preocupações", disse o ministro.
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— GloboNews (@GloboNews) November 6, 2023
Embora o nome de Flávio Dino tenha surgido como favorito para preencher a vaga no STF deixada por Rosa Weber, questões relacionadas à segurança pública têm gerado incertezas em torno de sua indicação. Lula enfrenta pressões de membros do Partido dos Trabalhadores (PT) para separar o Ministério da Justiça e reintroduzir o Ministério da Segurança Pública, uma medida à qual Dino se opõe.
Além disso, o presidente está sendo pressionado para nomear uma mulher negra como ministra do STF, o que seria um marco histórico nos mais de 130 anos da Corte. Há também a preocupação de que a nomeação não diminua a representatividade das mulheres no tribunal, que contava com duas integrantes até a aposentadoria de Rosa Weber.