Dino diz que médicos foram executados e aponta hipótese de relação com a atuação de parlamentares

Entre as vítimas, está o irmão da deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Diego Ralf Bomfim. Ministro determinou que a PF acompanhe o caso

5 out 2023 - 10h21
(atualizado em 6/10/2023 às 10h10)
Três médicos são mortos a tiros em quiosque na Barra da Tijuca (RJ)
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O ministro da Justiça e Segurança, Flávio Dino, afirmou que o caso dos três médicos mortos na Barra da Tijuca (RJ) pode ter sido uma execução. A hipótese foi levantada no começo da manhã de quinta-feira, 5, quando uma das vítimas foi identificada como Diego Ralf Bomfim, irmão da deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e cunhado do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). 

Na ocasião, Dino determinou que Polícia Federal acompanhe as investigações, devido à possível relação com a atuação dos dois parlamentares federais. Já à noite, após evento do Ministério da Justiça em Salvador, o ministro citou outras linhas de investigação em consideração.

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No decorrer do dia, a polícia constatou que havia grande semelhança entre um dos médicos assassinados, Perseu Ribeiro Almeida, com o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, envolvido em um conflito territorial com a facção criminosa Comando Vermelho. Um áudio interceptado pela Polícia Civil é uma das evidências que indicam que traficantes podem ser os responsáveis pela execução dos médicos. Ainda na noite de quinta, a polícia do Rio de Janeiro encontrou quatro corpos em carros abandonados, e a suspeita é de que sejam de homens envolvidos no assassinato dos ortopedistas.

Médicos mortos no Rio de Janeiro: veja quem são as vítimas Médicos mortos no Rio de Janeiro: veja quem são as vítimas

O homicídio está sendo investigado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro com o apoio da Polícia Federal. O caso ocorreu na madrugada de quinta-feira, 5, em um quiosque da praia da Barra da Tijuca. Além de Diego Bomfim e Perseu Almeida, também estavam no estabelecimento Marcos de Andrade Corsato e Daniel Sonnewend Proença. Este último foi o único sobrevivente.

Segundo o jornal O Globo, Daniel, de 33 anos, levou 14 tiros, que causaram 24 perfurações ao longo do seu corpo, e foi submetido a 10 horas de cirurgia. Seu quadro de saúde é estável e ele respira sem ajuda de aparelhos.

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Crime contra médicos no Rio

O caso ocorreu por volta de 1h. Momentos antes do crime, os médicos chegaram a tirar uma foto sentados à mesa do estabelecimento.

Imagens de câmeras de monitoramento do local mostram um carro branco parado na avenida da praia. Neste momento, os ocupantes do veículo, todos vestindo roupa preta, desembarcam e vão em direção às vítimas, que estão sentadas no local. 

“Eu vou indagar ao ministro Márcio [França, de Portos e Aeroportos], formalmente, inclusive, para ver se ele acha que essa resolução deve ser mantida, qual a razão dessa resolução”, declarou Flávio Dino
“Eu vou indagar ao ministro Márcio [França, de Portos e Aeroportos], formalmente, inclusive, para ver se ele acha que essa resolução deve ser mantida, qual a razão dessa resolução”, declarou Flávio Dino
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A movimentação é toda registrada pelas imagens. Os criminosos passaram a atirar contra as vítimas, e pessoas que estão no quiosque tentaram se proteger. Após os disparos, o bando volta correndo para o carro, que segue para rumo desconhecido. 

Marcos, Perseu e Diego foram atingidos e chegaram a receber atendimento do Corpo de Bombeiros, mas não resistiram aos ferimentos, conforme o jornal O Globo. Daniel também ficou ferido e foi levado para o Hospital Lourenço Jorge, na Barra. 

Os três médicos são de São Paulo e estavam no Rio para um congresso Minimally Invasive Foot Ankle Society (Mifas), que ocorrerá nesta quinta-feira. Os suspeitos ainda não foram presos. A perícia da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) realizou uma perícia no local, e investiga as mortes. 

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Policia Federal

À coluna de Guilherme Mazieiro, do Terra, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, disse que solicitou à Superintendência da PF no Rio contato com a unidade de homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro para buscar informações sobre a execução dos três médicos.

"Conversei com o Ministro [da Justiça, Flávio Dino] agora, e solicitei que o Superintendente do RJ entre em contato com a unidade de homicídios da PC/RJ, para buscar mais informações", disse o diretor à coluna.

Repercussão do crime

O Psol, partido de Sâmia e Glauber, divulgou nota de pesar pelo assassinato do irmão da parlamentar e demais vítimas do ataque, e também pediu investigação "rigorosa e eficiente" das autoridades: 

"O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) manifesta seu profundo pesar e indignação diante do assassinato do médico Diego Ralf Bonfim, irmão da deputada Samia Bomfim, e de seus colegas Marcos Andrade Corsato e Perseu Ribeiro de Almeida. Expressamos toda nossa solidariedade e apoio à deputada e à sua família, assim como aos familiares dos colegas de Diego.

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Exigimos às autoridades competentes que investiguem este crime de forma rigorosa e eficiente, para que os responsáveis sejam identificados e punidos de acordo com a lei.

O PSOL também reforça seu compromisso com a luta por um Brasil mais seguro, justo e igualitário, onde vidas não sejam perdidas para a violência desenfreada."

O deputado federal Orlando Silva também se manifestou e afirmou estar “perplexo” com o caso e se solidarizou com a dor de Sâmia. “Os criminosos nada levaram, apenas renderam e atiraram, o que leva a polícia a investigar a hipótese de execução. Frieza e violência abomináveis. Meus sentimentos aos familiares e amigos, especialmente à deputada @samiabomfim , irmã de uma das vítimas”, escreveu no Twitter.

Fonte: Redação Terra
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