O ministro Flávio Dino classificou como "terrorismo" e "golpismo" os atos antidemocráticos praticados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na tarde deste domingo, 8, em Brasília. O chefe da Justiça e da Segurança Pública afirmou que os prédios do Congresso, Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal já foram esvaziados.
De acordo com o ministro, ao menos 200 pessoas foram presas em flagrante após o terrorismo praticado na capital federal. Dino afirmou que as prisões seguem e os números podem crescer.
"Isso é terrorismo, é golpismo. Temos a certeza de que a imensa maioria da população não quer a implementação dessas trevas", afirmou Dino em entrevista coletiva nesta noite. "Não conseguirão destruir a democracia brasileira. É preciso dizer isso cabalmente, com toda firmeza e convicção", completou.
Durante a entrevista, o ministro da Justiça relatou conversas com o governo do Distrito Federal para se preparar para o ocorrido.
"O governador Ibaneis, com toda certeza, ao efetuar um pedido de desculpas públicas ao chefe dos poderes da União, está reconhecendo que algo deu errado nesse planejamento. E quero crer que o senhor governador vai apurar as responsabilidades em relação àqueles que não cumpriram seus deveres constitucionais", disse.
Os presos, de acordo com as autoridades, devem responder pelos crimes de dano ao patrimônio, de invasão de prédios públicos, entre outros. Segundo especialistas, os invasores bolsonaristas podem pegar até 15 anos de prisão.
Padilha diz que Segurança do DF descumpriu protocolos
O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que as forças de segurança do Distrito Federal descumpriram protocolos que haviam sido definidos para proteção das instituições da República e destacou a importância de uma 'apuração fortíssima' sobre a situação.
"Algo muito grave aconteceu no sistema de segurança do DF que descumpriu normas", destacou Padilha em entrevista à GloboNews. "Aqueles que foram negligentes, incluindo Polícia do DF, devem ser punidos", completou.
Pelas falhas "gravíssimas", Padilha disse que apoiou a intervenção federal na Segurança Pública do DF, decretada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que será apreciada pelo Congresso Nacional. "Queremos normalização da situação e apurar responsáveis pela negligência", disse.
Segundo Padilha, desde que os atos se tornaram mais radicais, houve comunicação do ministro da Justiça, Flávio Dino, e do ministro da Defesa, José Múcio, com o governo do Distrito Federal, liderado por Ibaneis Rocha. Ibaneis pediu desculpas a Lula e aos chefes dos demais Poderes da República pelo ocorrido e exonerou o secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro.
O ministro afirmou que uma perícia criminal foi iniciada no Palácio do Planalto, que foi invadido e depredado mais cedo por grupos radicais que apoiam o ex-presidente Jair Bolsonaro.