Dino fala em três linhas de investigação para o caso dos médicos assassinados no Rio

Ao Terra, o ministro da Justiça e Segurança Pública reforçou a possibilidade de que os médicos tenham sido confundidos

5 out 2023 - 19h28
(atualizado às 22h03)
O ministro da Justiça Flávio Dino (PSB)
O ministro da Justiça Flávio Dino (PSB)
Foto: Reprodução/Redes Sociais

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), detalhou quais linhas de investigação estão sendo seguidas no caso dos médicos que foram mortos a tiros em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, na madrugada desta quinta-feira, 5. Em evento em Salvador, na Bahia, Dino disse que não há dúvidas de que se trata de uma execução e frisou a possibilidade de "que os executores teriam se confundido".

"Você estabelece as linhas que tenham ligação lógica com uma execução: ou aspectos eventualmente pessoais, uma vingança, por exemplo; a questão da política, do crime político; e surgiu desde de manhã, uma hipótese a ser confirmada, que é essa de uma possível confusão entre pessoas, e que os executores teriam se confundido", afirmou Dino ao Terra.

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A hipótese política chegou a ser ventilada com mais ênfase no início da manhã, quando foi revelado que uma das vítimas, Diego Ralf Bonfim, era irmão da deputada Sâmia Bonfim (Psol-SP). No decorrer do dia, porém, a polícia constatou que havia grande similaridade entre um dos médicos assassinados, Perseu Ribeiro Almeida, com o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, envolvido em um conflito territorial com a facção criminosa Comando Vermelho. 

O ministro reforçou que, por estar em agenda na Bahia, não está completamente a par do movimento das investigações. Ainda assim, Dino explicou que o caso está sendo conduzido pela Polícia Civil do Rio de Janeiro com o apoio da Polícia Federal.

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Visita de Dino à Bahia

Dino anunciou nesta quinta-feira um pacote de ações de R$ 134 milhões na área de segurança pública na Bahia durante entrevista coletiva ao lado do governador Jerônimo Rodrigues (PT), realizada na sede da Superintendência Polícia Federal, em Salvador. 

O investimento total na segurança pública do Estado chegou a R$ 224 milhões, somados a outros R$ 90 milhões que já tinham sido direcionados pelo governo federal.

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Em sua fala, Dino apontou o 'armamentismo irresponsável' como uma das causas do aumento da violência em todo País. O ministro condenou o afrouxamento de regras para o acesso a armas de fogo durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

"O beco de trevas do armamentismo é uma política errada, é uma política irresponsável e nós estamos agora corrigindo esse caminho. A circulação de novas armas caiu pela metade", afirmou. 

"Temos também o dever de apontar as causas da violência do Brasil e uma dessas causas foi o armamentismo irresponsável praticado no Brasil nos últimos anos. Esse é um dos fatores da violência. Eu sei que há pessoas que não gostam de ouvir a verdade, mas a verdade é essa, porque essas armas foram para o feminícidio, para a violência no trânsito, para o bar para as famílias E essas armas foram também desviadas porque barateou o acesso a armas no Brasil", explicou Dino. 

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Execução dos médicos

O grupo de criminosos que executou três médicos e deixou um ferido na madrugada desta quinta-feira, no Rio de Janeiro, disparou 33 vezes contra as vítimas. Segundo informações preliminares divulgadas pelo jornal O Globo, foram utilizadas pistolas calibre 9 mm.

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O crime aconteceu por volta de 1h, em um quiosque na Avenida Lúcio Costa, enquanto os médicos confraternizavam. Momentos antes do crime, os médicos chegaram a tirar uma foto juntos.

Imagens de câmeras de monitoramento do local mostram um carro branco parado na avenida da praia. Neste momento, os ocupantes do veículo, todos vestindo roupa preta, desembarcam e vão em direção às vítimas, que estão sentadas no local.

A movimentação é toda registrada pelas imagens. Os criminosos passam a atirar contra as vítimas, e pessoas que estão no quiosque tentam se proteger. Após os disparos, o bando volta correndo para o carro, que segue para rumo desconhecido.

As vítimas dos atiradores eram de São Paulo e estavam no Rio de Janeiro para um congresso. Os médicos que morreram são Marcos de Andrade Corsato, de 63 anos, Perseu Ribeiro Almeida, de 33, e Diego Ralf Bonfim, de 35.

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Outro médico, Daniel Sonnewend Proença, foi socorrido com vida, levado ao Hospital Lourenço Jorge e seu quadro é estável. A informação foi confirmada ao Terra pela unidade de saúde.

Fonte: Redação Terra
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