Diplomatas afirmaram ao jornal O Globo que as palavras da primeira-dama, Janja da Silva, sobre o empresário Elon Musk, dono do X, foram uma “pisada de bola”. No entanto, eles destacaram que a fala posterior do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indica uma tentativa de resolver a situação.
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Membros do Itamaraty acreditam que o ataque pode representar mais um desafio no trabalho que será necessário para estreitar os laços entre o governo Lula e a futura administração de Donald Trump nos Estados Unidos. Além de ser aliado de Musk, o presidente eleito o nomeou o bilionário para um cargo futuro, como chefe do Departamento de "Eficiência Governamental" dos EUA.
Em um evento do G20 focado no combate à desinformação, Janja foi interrompida pelo som de uma buzina de navio ao fundo e, rindo, comentou: "Alô, acho que é o Elon Musk. Eu não tenho medo de você, inclusive, f**k you, Elon Musk". Em reação, o empresário afirmou que "eles vão perder a próxima eleição".
Durante outro evento que ocorreu no mesmo dia, Lula declarou que, na campanha pela Aliança Global Contra a Fome, não é preciso insultar ou xingar ninguém, mas sim "indignar a sociedade".
"Eu queria dizer para vocês que essa é uma campanha em que a gente não tem que ofender ninguém, não temos que xingar ninguém. Nós precisamos apenas indignar a sociedade, indignar as pessoas que conquistaram o direito de comer, que a gente tem que trazer junto essas pessoas que não têm para comer", afirmou o presidente em seu discurso.
A assessoria de Janja informou ao jornal que ela não fará comentários sobre o assunto. O Itamaraty também não se pronunciou.
Mesmo diante das reações no âmbito diplomático, ministros de Lula saíram em defesa de Janja. Em suas redes sociais, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira (PT), declarou que a primeira-dama falou o que muitos pensavam.
"A verdade é que a Janja falou o que estava preso em nossas gargantas. Esse é o sentimento sobre Elon Musk e sua interferência negativa na política internacional."