Na Executiva Nacional provisória da Rede Sustentável, partido que a ex-senadora Marina Silva tenta criar, a opinião vigente é de que a ex-ministra do Meio Ambiente aguarde para se candidatar à presidência em 2018, caso a legenda não saia do papel neste ano, em vez de se filiar a outro partido para disputar o Executivo federal em 2014. Segundo o Estado de S. Paulo, Jefferson Moura (PSOL), vereador carioca, acredita que não há outra legenda com "espaço democrático, transparente e ético", ingredientes que ele afirma terem norteado a criação da Rede. Alfredo Sirkis (PV), deputado pelo Rio de Janeiro, acha que Marina "passaria a campanha toda tendo que se explicar" se lançasse a candidatura por outra legenda depois de tanto tempo defendendo um partido com conteúdo pragmático. Na última pesquisa Ibope, divulgada quinta-feira, Marina aparece com 16% das intenções de votos para a presidência, seis pontos percentuais a menos do que o registrado logo após os protestos de julho.
O TSE deve julgar o registro da Rede Sustentável entre quarta e quinta-feira, segundo o Estado, enquanto o prazo para futuros candidatos se filiarem a partidos políticos encerra-se no próximo sábado. Marina e seus aliados precisavam de 492 mil assinaturas para criarem um novo partido, mas apenas 470 mil foram validadas pelos cartórios, o que levou os advogados da equipe, liderados pelo ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Torquato Jardim, a pediram que o TSE valide as 95 mil assinaturas que foram rejeitadas sem justificativas pelos cartórios. Se a cartada falhar, Marina precisará decidir se entra em outra legenda para disputar 2014 ou espera até 2018. Para cientistas políticos ouvidos pelo jornal paulista, esperar a eleição daqui a cinco anos é arriscado, porque a ex-senadora precisaria, nesse tempo, se manter em evidência, além de não ter ainda um partido forte. Concorrer agora, mesmo que por outra legenda, seria uma aposta mais sólida, opinam.