O presidente nacional do PT, Rui Falcão, minimizou nesta quarta-feira a discussão a respeito de um eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), mas disse que não há “nenhuma base jurídica ou política” para isso e acusou os entusiastas da questão de “flertar com o golpismo”.
“Eu não vi nenhum pedido da oposição de impeachment. O que há são convocações na rede social, chamando manifestações nessa direção. A presidenta acabou de ser eleita, está conduzindo bem o País, tem legitimidade e legalidade para estar na Presidência. Não vejo nenhuma base jurídica ou política para essas iniciativas. São aqueles que, tradicionalmente, gostam de flertar com o golpismo”, afirmou Falcão durante entrevista coletiva na sede do diretório do PT em São Paulo.
Uma grande manifestação pelo impeachment está sendo convocada para o dia 15 de março, na capital paulista – o evento no Facebook tinha 67 mil confirmados até as 18h30 de hoje.
A discussão, no entanto, já ganhou o Congresso Nacional. Na segunda-feira, o senador petista Lindbergh Farias (RJ) e o líder tucano Cássio Cunha Lima (PB) protagonizaram um bate-boca que teve o impeachment como tema central. Hoje, por outro lado, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que "não vê espaço" para debater o processo de impeachment na Casa.
Na semana passada, o jurista Ives Gandra da Silva Martins elaborou um parecer no qual afirma que há base legal para que os parlamentares peçam a saída de Dilma - o documento teria sido encomendado por um advogado que trabalha para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Para Falcão, falar de impeachment é como pedir a volta da ditadura. “Essa questão do impeachment tem uma voz aqui, outra ali. Não tem base jurídica nem política. São flertes com o golpismo, da mesma forma como tem os saudosistas com o regime militar”, encerrou o presidente do PT.