A dor que acompanha o ministro Joaquim Barbosa há alguns anos deve continuar piorando, segundo o médico Raphael Marcon, especialista em coluna cervical do Hospital das Clínicas de São Paulo. Marcon falou com o Terra sobre a sacroileíte , doença que estaria afetando a saúde de Barbosa desde 2008 e já lhe forçou a tirar diversas licenças médicas desde então.
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“A sacroileíte é uma inflamação na junta, entre o osso sacro e o osso da bacia. É uma doença degenerativa, geralmente relacionada com a idade, já que é mais comum em pacientes mais idosos. Pode ter uma origem inflamatória em pacientes mais jovens, mas é normalmente é uma dor na região lombar”, disse.
Como todas as doenças degenerativas, a sacroileíte não tem cura. “O tratamento dela envolve medicamentos, como anti-inflamatórios , infiltrações, medicina física e reabilitação”, falou o especialista.
Em 2010, Barbosa divulgou uma nota à imprensa para justificar suas licenças médicas e as fortes dores que, em algumas sessões do Supremo Tribunal Federal (STF), o obrigaram a permanecer em pé. “Sofro de dores crônicas nas regiões lombar e quadril há três anos e meio. Por essa razão, desde fevereiro de 2008, vi-me forçado a licenciar-me, de início por períodos de uma a três semanas, para tratamentos que se revelaram insuficientes”, disse o ministro, na ocasião.
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Segundo o médico ouvido pelo Terra, esse tipo de doença causa dores regulares diante de qualquer carga na região da lombar. “A dor é comum quando a pessoa permanece na mesma posição. No caso da sacroileíte, manter a mesma posição por período prolongado é prejudicial”, disse.
De acordo com o médico, a doença mais comum da coluna é a artrose, que é causada pelo desgaste natural das articulações. Os sintomas da artrose surgem, geralmente, por volta dos 70 anos. Joaquim Barbosa tem 59 anos.
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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, ganhou destaque no País desde 2012, ao atuar como relator do processo do mensalão do PT
Foto: Nelson Jr. / SCO / STF
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Ele representa um marco histórico como primeiro presidente negro da corte, mas também é conhecido pelo temperamento forte, o que fez com que se envolvesse em polêmicas com políticos, jornalistas e bate-bocas com colegas do tribunal
Foto: SCO / STF
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Mineiro de Paracatu, Joaquim Barbosa chegou ao Supremo em 2003, indicado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Foto: SCO / STF
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Por ironia do destino, sua cadeira na Corte foi negociada pelo advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, defensor de poderosos em Brasília, inclusive do publicitário Duda Mendonça, réu no processo do mensalão. Kakay levou o nome de Barbosa a ninguém menos que José Dirceu, a quem o ministro condenou por corrupção ativa pelo envolvimento no esquema de compra de apoio político durante o primeiro mandato do governo Lula
Foto: Carlos Humberto / STF
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Barbosa é o primogênito de oito filhos de um pai pedreiro e uma mãe dona de casa
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom
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Aos 16 anos foi para Brasília, arranjou emprego na gráfica de um jornal e terminou o segundo grau, sempre estudando em colégio público
Foto: José Cruz
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Obteve o bacharelado em Direito na Universidade de Brasília, onde, em seguida, fez mestrado em Direito do Estado
Foto: Wilson Dias
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Prestou concurso público e foi aprovado para o cargo de procurador da República, durante a gestão do ex-ministro Sepúlveda Pertence como procurador-geral da República
Foto: AFP
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Licenciou-se do cargo e foi estudar na França, por quatro anos, tendo obtido seu mestrado em Direito Público pela Universidade de Paris-II em 1990 e seu doutorado em Direito Público pela mesma universidade em 1993
Foto: Gabriela Biló
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Retornou ao cargo de procurador no Rio de Janeiro e professor concursado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Foto: José Cruz
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É fluente em francês, inglês, alemão e espanhol
Foto: Nelson Jr. / SCO / STF
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Joaquim Barbosa toca piano e violino desde os 16 anos de idade, mas não pode mais exercer sua grande paixão, o futebol, por causa de uma sacroileíte, uma inflamação na base da coluna que o obriga a revezar cadeiras no plenário para suportar as dores
Foto: Nelson Jr. / SCO / STF
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O ministro passa a maior parte das sessões em pé e movimentando-se ou recostado sobre à cadeira