Réu em 12 processos que podem lhe render uma condenação de mais de cem anos de prisão, o doleiro Alberto Youssef enviou sinais ao Ministério Público e à Justiça de que quer fazer um acordo de delação premiada para deixar a cadeia mais cedo. De acordo com a lei brasileira, se o que Yousseff revelar contribuir para a elucidação de crimes graves, ele pode até ficar livre da prisão, como ele próprio fez em 2007, quando foi detido pela primeira vez. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
O jornal ouviu cinco advogados que atuam no caso e eles disseram quais seriam as alternativas para a defesa de Yousseff. Uma delas seria tentar tirar o juiz Sergio Moro, conhecido por ser rígido, do julgamento ou tirar os processos do Paraná, onde a operação Lava Jato foi deflagrada. As duas hipóteses, porém, são remotas.
Em caso de delação premiada, a maior dificuldade é que sua credibilidade do doleiro. As razões dessa desconfiança são os depoimentos de 2007, quando ele não cumpriu a promessa de que não voltaria a atuar no mercado de dólar.
Segundo a Polícia Federal, ele acabou usando a primeira delação premiada como alavanca para elevar sua participação no mercado, entregando clientes menos importantes e preservando os grandes.
Segundo informou à folha o advogado de Youssef, Antonio Augusto Figueiredo Basto, a decisão de colaborar é do doleiro, mas ele não recomenda o expediente: "O Alberto é mero bode expiatório num esquema muito maior, sobre o qual não há nenhum interesse em investigar. Você acha que ele teria feito tudo de que é acusado sem um parlamentar?". O advogado disse ainda que sai do caso se Youssef virar colaborador.