Um relatório da Polícia Federal sobre a Operação Lava Jato revela que duas empresas controladas pelo doleiro Alberto Youssef tiveram sociedade com a Petrobras Distribuidora em um consórcio estabelecido para construir usina termoelétrica em Suape, Pernambuco. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, as empresas que se associaram à estatal petrolífera, Ellobras e Genpower Energy, não tinham atuação no mercado de energia. O doleiro está sendo acusado em uma ação penal de ter lavado dinheiro desviado da obra da refinaria Abreu e Lima, que está sendo construída também em Pernambuco.
Contudo, a nova acusação da PF mostra Youssef pela primeira vez como sócio de um negócio com a Petrobrás. Com as duas empresas, o doleiro tinha a maior parte do consórcio 40%. A usina começou a ser construída em 2008 e ficou pronta em 2013, após investimentos de R$ 600 milhões, sendo que a Petrobras teve que recorrer ao fundo de investimentos do FGTS para completar a usina, com R$ 372,9 milhões. A PF descobriu que o doleiro estava por trás do consórcio ao apurar que a CSA Project, companhia de Youssef e do ex-deputado federal José Janene (PP-PR), envolvido no escândalo do Mensalão e morto em 2010, controlava as duas companhias associadas da Petrobras.
Janene foi quem abriu as portas para o doleiro entrar no mundo político. Ele também indicou Paulo Roberto Costa à diretoria da distribuição da Petrobras em 2003, réu em dois processos acusado de desviar recursos da Abreu e Lima. A CSA Project ainda é acusada de lavar dinheiro do mensalão para Janene, ao investir em uma indústria no Paraná R$ 1,1 milhão dos R$ 4,1 milhões que o deputado teria recebido do publicitário Marcos Valério. Youssef não atuou na construção da usina, 40 dias após ganhar o leilão ele vendeu sua parte ao Grupo Bertin e teve R$ 700 mil de lucro. O Grupo Bertin ficou fora do projeto por falta de recursos. A Petrobras não quis se pronunciar.
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