O dono da farmacêutica Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, limitou-se a responder durante depoimento à CPI da Covid no Senado que conhece o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), recusando-se a responder às demais perguntas do relator da comissão, amparado em habeas corpus concedido pela ministro Rosa Weber, do STF.
"Conheço", disse Maximiano quando indagado sobre se conhece Barros, antes de optar por recorrer a direito de não responder às perguntas do relator sobre as negociações para compra da vacina contra Covid-19 Covaxin, desenvolvida pelo laboratório indiano Bharat Biotech, que tinha como representante no Brasil a Precisa.
"Senhor senador, com todo o respeito, eu vou exercer a prerrogativa de permanecer em silêncio", repetiu Maximiano diante dos questionamentos do relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL).
As denúncias de irregularidades envolvendo as tratativas para compra da Covaxin foram feitas pelo deputado Luís Miranda (DEM-DF) e pelo irmão dele Luís Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde.
Após as denúncias, o Ministério da Saúde cancelou o contrato para compra da Covaxin e a Bharat Biotech encerrou o relacionamento com a Precisa.
Barros tornou-se na quarta-feira formalmente investigado pela CPI da Covid. De acordo com depoimento de Luís Miranda à CPI, o presidente Jair Bolsonaro citou o envolvimento do líder do governo nas supostas irregularidades envolvendo a Covaxin. Bolsonaro não desmentiu o relato de Miranda. Barros nega quaisquer irregularidades.