Três dias após o presidente Jair Bolsonaro pedir o impeachment do ministro Alexandre Moraes, do STF, o governador João Doria (PSDB-SP) cobrou dos governadores reunidos nesta segunda - feira, 23, uma reação conjunta às ameaças contra a democracia feitas pelo chefe do executivo federal. "Entendo que é dever dos governadores formularem uma carta em defesa da democracia e da vida. Não nos cabe silenciar", disse o tucano.
Durante o encontro, que foi convocado pelo Fórum dos Governadores, Doria relatou aos colegas que afastou o comandante da Polícia Militar que convocou "amigos" para a manifestação do dia 7 de setembro, na qual bolsonaristas prometem atacar o Supremo Tribunal Federal e o Congresso, em nome do voto impresso.
"O país sofre ameaças constantes à liberdade e à democracia. Basta observar as manifestações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro, que flerta com o autoritarismo. E muitos dos seus ministros endossam essa postura. Isso afronta a Constituição e as instituições democráticas", disse o governador paulista.
Doria também afirmou em sua fala que os caminhoneiros estão sendo organizados por "milícias" bolsonaristas " nas redes sociais para fecharem estradas: "Estimulam nas redes sociais que militantes saiam às ruas armados."
Pacto
Na reunião, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT) sugeriu a criação de um pacto pela defesa da democracia, com apoio de outros gestores estaduais, em razão do aumento da temperatura da crise entre os poderes da República. No encontro, parte presencial e parte virtual, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB) sugeriu a criação de um consórcio único de Estados, com fundo único, para propor ações climáticas. Doria aprovou a iniciativa e propôs e que consórcio seja batizado de "Brasil Verde".