O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que as ameaças que o fizeram tirar sua família da capital paulista intensificaram-se no fim de semana dos dias 4 e 5. Atribuindo as mensagens a "pessoas que querem seguir o chamado gabinete do ódio", Doria afirmou que uma das ameaças, mandada ao celular pessoal em formato de áudio, tinha a localização de onde estão seus familiares.
Apesar das tentativas de intimidá-lo, o governador afirmou que não irá mudar seu posicionamento a favor da quarentena durante a pandemia do novo coronavírus, oposto ao que defende o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). "Não retrocederei um milímetro sequer em defesa da vida. Ameaças não me põe medo, mas sim tristeza de viver num País em que deveríamos estar sendo liderados por uma causa para salvar vidas, o que não acontece", disse Doria.
Ele ainda completou afirmando que "manifestações de ódio são estimuladas pelas redes sociais", além de posicionamentos "inadequados e inoportunos" vindos de "pessoas que querem o desrespeito às medidas que estamos tomando para defender a vida". Antes, ainda na coletiva, Doria havia questionado se o corpo ministerial do governo federal, além de médicos especialistas do mundo todo, estão errados ao defender o isolamento social como forma de conter o avanço da covid-19.
"No Brasil, quero lembrar, defendem isolamento o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, o vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), o centro de estudos do Exército e a maioria absoluta de médicos e cientistas. Será que todos eles estão errados? Será que um único presidente da República no mundo todo está certo?", questionou Doria, ao criticar os posicionamentos de Bolsonaro, contrário à quarentena.