O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), filho do presidente Jair Bolsonaro e possível embaixador do Brasil nos Estados Unidos, teve que se explicar nesta sexta-feira após uma postagem que gerou polêmica em que aparece fazendo o gesto de "arminha" em frente a um monumento na ONU, em Nova York. Detalhe: a escultura feita em bronze por Carl Fredrik Reuterswärd, a "Não-Violência", é de uma arma retorcida e inspirada no assassinato de John Lennon.
Bastante criticado pelo post, o filho número 03 do presidente (assim chamado pelo pai) reagiu com uma sequência de tuítes que explicam os motivos que o levaram a fazer a polêmica foto: "A escultura desarmamentista na entrada da ONU serve para depreciar o papel fundamental das armas na garantia da segurança, das liberdades e da paz. Ignoram o uso defensivo das armas de fogo".
De acordo com o deputado, a morte do ex-Beatle é usada por desarmamentistas, mas deveria ser o contrário. "O assassinato do John Lennon é o pano de fundo para calar os pró-legítima defesa que ousarem falar contra - quem poderia ser contra essa escultura, ainda mais em tempos de politicamente correto? O que aconteceria se John Lennon estivesse armado?", questiona.
A pergunta gerou ainda mais polêmica. Entre os que reagiram negativamente está o youtuber Felipe Neto, um dos maiores críticos ao governo Bolsonaro na atualidade. "O que aconteceria se John Lennon estivesse armado? Ele tomou 4 tiros PELAS COSTAS. Qual é o pensamento dessa gente doente? Queria entender o cérebro de um louco assim, que acha que arma é anjo da guarda".
A sequência de tuítes de Eduardo Bolsonaro ainda dispara contra um dos alvos preferidos da família Bolsonaro, o regime autoritário de Nicolás Maduro na Venezuela. "As mesmas armas que o povo venezuelano clama para poder sair das garras de um narcoditador, mas não tem, porque em 2012 uma lei os desarmou, em que pese sua constituição ter o artigo 350. Ou as armas das missões de PAZ da ONU?", questiona.
Veja os posts na sequência:
(1/5) A escultura desarmamentista na entrada da ONU serve para depreciar o papel fundamental das armas na garantia da segurança, das liberdades e da paz. Ignoram o uso defensivo das armas de fogo. pic.twitter.com/XR4APwRpER
— Eduardo Bolsonaro (@BolsonaroSP) September 27, 2019
(2/5) O assassinato do John Lennon é o pano de fundo para calar os pró-legítima defesa que ousarem falar contra - quem poderia ser contra essa escultura, ainda mais em tempos de politicamente correto? O que aconteceria se John Lennon estivesse armado?
— Eduardo Bolsonaro (@BolsonaroSP) September 27, 2019
(3/5) Que tal botar na entrada da ONU os fuzis usados pelos founding fathers que garatiram - e garantem - a liberdade dos EUA fizeram dela uma terra tão próspera que séculos depois ainda atrai as pessoas a morarem neste país multicultural?
— Eduardo Bolsonaro (@BolsonaroSP) September 27, 2019
(4/5) As mesmas armas que o povo venezuelano clama para poder sair das garras de um narcoditador mas não tem, porque em 2012 uma lei os desarmou, em que pese sua constituição ter o art. 350. Ou as armas das missões de PAZ da ONU?
— Eduardo Bolsonaro (@BolsonaroSP) September 27, 2019
(5/5) Seria uma maneira democrática de respeitar as opiniões divergentes da dos desarmamentistas. Ao menos que botem na entrada da ONU as mãos do assassino de John Lennon, pois o revólver não atirou sozinho.
— Eduardo Bolsonaro (@BolsonaroSP) September 27, 2019
Eduardo Bolsonaro sobre a foto no memorial sobre a morte de John Lennon:
"O q aconteceria se John Lennon estivesse armado?"
Ele tomou 4 tiros PELAS COSTAS.
Qual é o pensamento dessa gente doente? Queria entender o cérebro de um louco assim, q acha q arma é anjo da guarda. pic.twitter.com/FMZfhKlmTv
— Felipe Neto (@felipeneto) September 27, 2019