O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desconfia da veracidade do plano para atacar o ex-juiz da Lava-Jato e senador Sergio Moro (Uniao-PR). Durante visita ao Complexo Naval de Itaguaí (RJ), onde fica a linha de produção do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha do Brasil, nesta quinta-feira, 23, o presidente foi indagado sobre o plano revelado pela Polícia Federal (PF) que visava atacar autoridades em 5 Estados.
"Eu não vou falar porque eu acho que é mais uma armação do Moro, mas eu quero ser cauteloso. Eu vou descobrir o que aconteceu. É visível que é uma armação do Moro, mas eu vou pesquisar e vou saber porque da sentença", disse Lula, que questionou a decisão da juíza. "Até fiquei sabendo que a juíza não estava nem em atividade quando deu o parecer para ele, mas isso a gente vai esperar."
O presidente, no entanto, afirmou não ter provas sobre suas suspeitas: "Eu não vou ficar atacando ninguém sem ter provas. Eu acho que é mais uma armação e, se for mais uma armação, ele vai ficar mais desmascarado ainda. Ai eu não sei o que ele vai fazer da vida se ele continuar mentindo do jeito que está mentindo."
Na sequência, o presidente ressaltou que não está 'preocupado' com o ex-juíz, mas com os brasileiros. "Moro não é minha preocupação, a minha preocupação são os 215 milhões de brasileiros que estão esperando que a gente possa a melhorar a vida deles", concluiu.
A PF prendeu nove suspeitos de planejarem ataques contra diversas autoridades, entra elas o senador Sergio Moro (União-PR), e do promotor de Justiça de São Paulo, Lincoln Gakiya. A operação foi chancelada pela juíza Gabriela Hardt, susbtituta de Moro na Operação Lava-Jato
Operação Sequaz
Na quarta-feira, 22, a PF deflagrou a Operação Sequaz para desarticular uma organização criminosa que pretendia realizar ataques contra servidores públicos e autoridades, incluindo homicídios e extorsão mediante sequestro, em pelo menos cinco estados.
Segundo as investigações, os ataques poderiam ocorrer de forma simultânea em Rondônia, Paraná, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Mas, segundo a investigação, os principais suspeitos se encontravam em cidades paulistas e paranaenses.