O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), agendou para a próxima sexta-feira um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV. Serão cinco minutos de fala, das 20h25 às 20h30.
De acordo com informações do gabinete do deputado, o pronunciamento é uma prerrogativa de líderes do Congresso, que usam o tempo para fazer um balanço das ações do Legislativo – o recurso já foi usado pelo presidente do senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e pelo ex-presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
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Cunha assumiu a presidência da Câmara no dia 1º de fevereiro deste ano e, desde então, já esteve no centro de várias polêmicas. A mais recente foi sua manobra para aprovar a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos para crimes hediondos, homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte. A redução da idade penal havia sido rejeitada pelos deputados menos de 24 horas antes, mas Cunha colocou em votação uma emenda substitutiva praticamente idêntica à que foi derrubada.
Também foi na gestão de Cunha que a Casa aprovou o Projeto de Lei (PL) 4330, que permite a terceirização de todas as atividades de uma empresa. Além disso, foi com o aval do presidente da Casa que outra manobra derrubou decisão anterior dos deputados e manteve o financiamento empresarial para campanhas eleitorais.
“Barulhaço”
Diante da notícia de que Cunha fará um pronunciamento em cadeia nacional, a página do movimento “Fora Eduardo Cunha” no Facebook criou um evento no qual convoca os brasileiros para um “barulhaço” - "vale apito, lata, panela, tambor, guitarra, grito", diz o texto. Até o final da tarde desta segunda-feira, 45 mil usuários da rede social já haviam confirmado participação.
Além de protestar contra as votações lideradas por Cunha, seu “fundamentalismo religioso”, “machismo” e “homofobia”, o texto de convocação lembra que Cunha é investigado por corrupção em processos como o da Operação Lava Jato.
Nesta segunda-feira, durante entrevista à rádio Jovem Pan, Cunha atribuiu ao PT a organização do "barulhaço" contra ele. "Pode protestar contra mim, o PT que fique à vontade. Vou aplaudir o movimento do PT. Eu não concordo é com a violência. Se o protesto for pacífico e ordeiro, tem meu total apoio."