O pastor Silas Malafaia e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) convocaram uma manifestação pró-impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para este sábado, 7, na Avenida Paulista. Com a presença de aliados políticos, Bolsonaro reforçou ataques ao ministro e o chamou de "ditador".
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
"Eu espero que o Senado Federal bote um freio em Alexandre de Moraes, este ditador que faz mais mal ao Brasil do que o próprio Luiz Inácio Lula da Silva", declarou.
Ele também pediu anistia aos presos pelos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro e afirmou que não houve tentativa de golpe.
"Aquilo jamais foi um golpe de Estado e estamos vendo pessoas ainda serem julgadas e condenadas como integrantes de um grupo armado que visava mudar o nosso estado democrático de direito. E eu lamento por essas pessoas presas", disse.
Além disso, o ex-presidente relembrou a facada que sofreu em 2018 e criticou o inquérito que o deixou inelegível. "Para evitar que eu tivesse chance de voltar, decretaram a minha inelegibilidade. Uma das razões foi porque me reuni com embaixadores. Eu não me reuni com traficantes no Morro do Alemão, como o Lula fez", disse.
"Esses inquéritos, que dali derivam outros, em cima de ditas petições, deram amplos poderes a Alexandre de Moraes, que escolheu seus alvos, incluindo meu filho Eduardo Bolsonaro. Isso foi ratificado nos áudios vazados na operação conhecida como Lava Toga", completou.
Eduardo Bolsonaro (PL), por sua vez, chamou o ministro Alexandre de Moraes de "psicopata". "Um psicopata é capaz de colocar velinhas em uma cadeia por anos por capricho pessoal. Um psicopata é capaz de separar um mãe de seus dois filhos".
Seugndo o deputado, Moraes tinha a intenção de prendê-lo. Além de pedir pelo impeachment do ministro do STF, ele também elogiou o empresário Elon Musk, dono do X, que recentemente foi proibido no Brasil.
Em seu discurso, Silas Malafaia teceu críticas a Alexandre de Moraes, mas afirmou que não é a favor do fechamento do STF, pois isso é "coisa do PT". Ele também pediu pela liberação dos presos: "Alexandre de Moraes tem sangue nas mãos de gente inocente que morreu e ele não quis liberar. Ele tem que sofrer impeeachment e ir para a cadeia".
De acordo com Malafaia, a reputação da Corte está sendo "jogada na lata do lixo" por Moraes. Malafaia ainda afirmou: "O Supremo Tribunal Federal não é uma confraria de amigos para proteger amigo criminoso".
Discurso 'surpresa' de Tarcísio
Um dos momentos marcantes do ato foi o discurso do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Em aceno a bolsonaristas, ele pediu anistia aos presos pelo 8 de janeiro.
"Nossa causa hoje é a liberdade, é anistia para aqueles apenados de forma desproporcional, de forma cruel", disse, sem citar o nome de Alexandre de Moraes.
Ele reforçou seu apoio a Jair Bolsonaro e afirmou que o ex-presidente vai "salvar o Brasil".
"Não podemos tolerar a falta de segurança jurídica. Estamos aqui para dizer que estamos com Jair Messias Bolsonaro. Sempre estivemos. Sempre estaremos. Que esse mar de gente sirva de inspiração para nossos congressistas", concluiu.
Enquanto isso, a deputada federal Bia Kicis (PL) utilizou seu discurso para dizer que mais de 150 parlamentares já manifestaram apoio a um eventual pedido de impeachment do ministro do STF. A bolsonarista disse também que os trabalhos no Legislativo serão pausados até que Rodrigo Pacheco (PSD), presidente do Senado Federal, receba formalmente a solicitação.
"Não existe ministro acima da lei e da Constituição. Agora, no Parlamento, mais de 150 deputados já assinaram o pedido de impeachment de Alexandre de Moraes, que será entregue na segunda-feira. Temos 31 senadores confirmados. O que queremos é que Rodrigo Pacheco receba esse pedido e encaminhe para análise, como manda a lei", declarou.
O deputado Nikolas Ferreira (PL) criticou Rodrigo Pacheco e cobrou que ele formalize o pedido de impeachment de Moraes. "Paute o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, seu covarde", disse. Ele também utilizou as palavras "tirano" e "criminoso" para se referir ao magistrado.
"Um criminoso que usa dos seus poderes a qualquer preço para poder silenciar e calar e impedir que nós saibamos a verdade. Quando ele derruba o X, o antigo Twitter, ele impede não somente a nossa voz, mas impede todas as vozes", afirmou.
*Com informações de Estadão Conteúdo.