Em delação, Mauro Cid afirma que Bolsonaro fez reunião com militares sobre plano de golpe

Caso a 'minuta do golpe' fosse colocada em prática, o governo Lula seria impedido de assumir.

21 set 2023 - 10h41
O tenente-coronel do Exército, Mauro Cid, enquanto era ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro; hoje Cid está preso por suspeita de falsificação de cartões de vacinas e é investigado por golpe de estado e venda de joias da Presidência.
O tenente-coronel do Exército, Mauro Cid, enquanto era ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro; hoje Cid está preso por suspeita de falsificação de cartões de vacinas e é investigado por golpe de estado e venda de joias da Presidência.
Foto: Dida Sampaio/Estadão / Estadão

O tenente-coronel Mauro Cid revelou que o ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniu com a cúpula das Forças Armadas para tratar sobre o golpe de Estado no ano passado. A informação foi divulgada pela colunista do O Globo, Bela Megale, e chegou até a atual chefia do Exército como dados citados na delação premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

O encontro reuniu também ministros da ala militar e foi realizado para discutir detalhes de uma minuta que possibilitaria uma intervenção militar, a fim de impedir a troca de governo. Cid também estaria presente.

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De acordo com a coluna, o tenente-coronel relatou que o então comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier Santos, teria afirmado ao ex-presidente que sua tropa iria aderir caso houvesse um chamamento. Na ocasião, o Exército se negou a embarcar no plano golpista. Ainda de acordo com a comunista, as informações de Cid sobre as Forças Armadas criaram tensão na cúpula.

Cid prestou depoimento no dia 31 de agosto, no inquérito que investiga o suposto esquema de venda e devolução das joias recebidas pelo ex-presidente por autoridades estrangeiras. O acordo de delação premiada foi acertado dias depois, e deferido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Morais.

O ex-ajudante de ordens é considerado peça central nos inquéritos que apuram os ataques às urnas eletrônicas, os atos golpistas, as fraudes no cartão de vacinação do ex-chefe do Executivo e o suposto esquema de venda de joias e presentes entregues a Bolsonaro.

Fonte: Redação Terra
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