Um dos quatro servidores da prefeitura de São Paulo presos sob acusação de cobrar propina para reduzir o valor do ISS (Imposto sobre Serviços) de imóveis novos, o fiscal Luis Alexandre Cardoso de Magalhães teria confirmado a fraude e feito uma delação premiada, contando detalhes do esquema para reduzir sua pena. A informação foi publicada no jornal Folha de S. Paulo desta sexta-feira. A defesa nega que ele tenha confessado desvio.
Segundo a Folha, diante das provas apresentadas pelo promotor Roberto Bodini, o fiscal confirmou o esquema em depoimento. O grupo oferecia a empresas a possibilidade de reduzir até pela metade o imposto em troca de uma comissão. A prefeitura estima que o esquema causou prejuízo de R$ 500 milhões em impostos que não foram recolhidos e cada um dos participantes faturava entre R$ 60 mil e R$ 80 mil por semana há pelo menos quatro anos. Magalhães é o elo mais fraco do grupo preso. Não chegou a ocupar cargos de chefia, ao contrário dos demais. Dois deles (Eduardo Horle Barcellos e Carlos Augusto di Lallo do Amaral) foram diretores da Secretaria de Finanças da prefeitura.