O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal Anderson Torres prestou depoimento por cerca de dez horas à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira, 2, e negou ter escrito a minuta golpista apreendida na sua casa. Ele também negou ter conversado sobre o documento com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Anderson Torres está preso preventivamente por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) na investigação sobre o papel de autoridades públicas nos atos golpistas na Praça dos Três Poderes.
O ex-ministro disse que 'não tem ideia' de quem elaborou a minuta e que acredita ter recebido o documento em seu gabinete no Ministério da Justiça.
Quando bolsonaristas invadiram os prédios do STF, do Congresso e do Planalto, no dia 8 de janeiro, Amderson Torres estava de férias com a família dos Estados Unidos. Ele havia sido nomeado há uma semana para comandar a Secretaria de Segurança do Distrito Federal, cargo que ocupava antes de integrar o governo federal, e já havia promovido mudanças na cadeia de comando da pasta e das Polícias Civil e Militar.
A situação do ex-ministro se complicou depois que a Polícia Federal apreendeu a minuta de decreto para Bolsonaro intervir no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e anular o resultado da eleição.
O ex-ministro também precisou explicar por que não trouxe o celular quando se entregou à PF para ser preso preventivamente no último dia 14. Torres disse que perdeu o aparelho quando estava nos Estados Unidos.