Em depoimento prestado à Polícia Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que compartilhou "sem querer" um vídeo que questionava as eleições de 2022 e que, segundo informações do Estadão, e estava sob efeito de medicamentos quando fez postagem, durante um tratamento com morfina. A oitiva aconteceu na manhã desta quarta-feira, 26, na sede da PF em Brasília.
O ex-presidente depôs no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura os atos golpistas de 8 de janeiro. Bolsonaro prestou depoimento por cerca de 2 horas e deixou o local por volta de 11h20.
A oitiva do ex-presidente foi determinada por Alexandre de Moraes, ministro da Suprema Corte, após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
O vídeo em questão refere-se a uma postagem feita no dia 11 de janeiro pelo ex-presidente. Na ocasião, Bolsonaro compartilhou uma publicação com uma série de informações falsas e ataques ao sistema eleitoral. O post foi apagado cerca de 2 horas depois.
Após o depoimento, o ex-secretário de comunicação social da Presidência e atual assessor de imprensa de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, falou sobre o episódio em conversa com jornalistas. "Este vídeo foi postado na página do presidente no Facebook quando ele tentava transmiti-lo para o seu arquivo de WhatsApp para assisti-lo posteriormente. Por acaso, justamente, neste período o presidente estava internado em um hospital em Orlando", afirmou. "Justamente no período entre o dia 8 e o dia 10 ele teve uma crise de obstrução intestinal, foi internado, submetido a tratamento com morfina, ficou hospitalizado e só recebeu alta na tarde do dia 10. Essa postagem foi feita de forma equivocada tanto que duas horas depois ele foi advertido e retirou a postagem".