O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mencionou, nesta terça-feira, 14, a hipótese de se tornar inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) devido a uma reunião com embaixadores estrangeiros para espalhar suspeitas infundadas sobre as urnas eletrônicas. O encontro aconteceu em julho do ano passado no Palácio do Alvorada, em Brasília.
Segundo a Folha de São Paulo, a declaração de Bolsonaro foi dada após o político ser questionado se pretende concorrer ao Planalto em 2026. "Existe essa possibilidade de inelegibilidade, sim. A questão de prisão, só se for uma arbitrariedade", afirmou.
O ex-presidente também disse que há possibilidade de voltar ao Brasil no dia 29 de março, mas relatou que estudará a situação do País uma semana antes para definir ou não o seu retorno.
"Eu sempre marco uma data para voltar, a data agora marcada é dia 29 desse mês. Quando falta uma semana, a gente estuda a situação, como é que tá o Brasil, como estão os contatos aqui!", disse.
Ainda de acordo com a Folha de S. Paulo, em evento com brasileiros nos EUA, Bolsonaro também destacou que Michelle Bolsonaro não é candidata a nenhum cargo Executivo. Segundo o ex-presidente, ela chegou a "ser lançada" à Presidência para 2026, mas "ficou revoltada".
Entretanto, Bolsonaro afirmou que Michelle tem habilidades políticas, como boa oratória, e que há possibilidade dela concorrer a um cargo no Legislativo.
A ex-primeira-dama, que viajou ontem para os Estados Unidos, também esteve no evento. Esse foi o primeiro reencontro do casal após o escândalo das joias sauditas.
Atos golpistas
O ex-presidente também saiu em defesa dos presos pelos ataques golpistas aos Três Poderes, em Brasília, que ocorreu 8 de janeiro. Para Bolsonaro, eles não se enquadram em nenhum dos crimes imputados. "O objetivo disso tudo é tentar sepultar a direita que mal nasceu."
Post com anúncio de volta apagado
Há uma semana, um dos filhos de Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) usou as redes sociais para afirmar que seu pai retornaria ao Brasil no dia 15 de março. Minutos depois, porém, ele apagou a publicação e fez uma nova postagem, com a correção da informação.
"Acabou a espera! Bolsonaro vem aí! No dia 15 de março, o nosso Johnny Bravo volta para o Brasil. Já pode pendurar a bandeira verde e amarela e vestir as cores do nosso País. Juntos, vamos fazer uma oposição forte e responsável, pelo bem do nosso Brasil. Deus, pátria e família!", escreveu Flávio anteriormente.
Após quase 15 minutos, a publicação sumiu, e uma nova apareceu se desculpando após muitas reações. "Peço desculpas pela postagem anterior, deve ser a saudade grande", escreveu. Segundo o parlamentar, dia 15 de março é uma data provável para o retorno de Bolsonaro, mas ainda não há confirmação. Quando a data for definida, de acordo com Flávio, o próprio pai irá passar essa informação.
Bolsonaro deixou o Brasil antes da virada do ano e, desde então, está na Flórida, nos Estados Unidos. Por causa da viagem, ele não passou a faixa presidencial para o atual chefe do Executivo, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como é praxe.