O presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou empresários bilionários que buscam explorar locais habitáveis fora da Terra, mas advertiu-os a terem que usar o dinheiro para preservar a vida das pessoas. Essa declaração possivelmente foi em referência a Elon Musk e suas polêmicas envolvendo liberdade de expressão.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira, 9, que há "bilionários fazendo foguetes" para explorar locais habitáveis fora da Terra, mas que esses empresários vão ter que "aprender a viver aqui" e "usar muito do dinheiro deles para ajudar a preservar e melhorar a vida das pessoas".
As declarações, feitas durante lançamento de uma parceria com municípios na Amazônia, foram interpretadas como uma referência indireta ao empresário Elon Musk, que está no centro de um embate com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
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"Tem até bilionário tentando fazer foguete, tentando fazer viagem para ver se encontra espaço lá fora, não tem. Ele vai ter que aprender a viver aqui, ele vai ter que usar muito do dinheiro que ele tem para ajudar a preservar isso aqui", disse.
Em 2021, bilionários entraram em uma corrida espacial com o objetivo de levar pessoas à órbita da Terra. Entre esses empresários estava Elon Musk, proprietário da SpaceX, que desenvolveu um dos foguetes mais poderosos, o Starship.
Entenda polêmica
No domingo, o ministro ordenou que Musk fosse investigado por obstrução à Justiça, organização criminosa, e incitação ao crime, depois que o bilionário anunciou que removeria todas as restrições de contas no X determinadas pelo Judiciário brasileiro.
Até o momento, porém, Musk não cumpriu a ameaça, mas utilizou as redes sociais para atacar Moraes e exigir seu impeachment. O empresário ainda chamou o ministro de "ditador" e o acusou de ter favorecido a eleição de Lula.
Musk e a liberdade de expressão
Desde que comprou o Twitter, Elon Musk tem se envolvido em polêmicas pela forma como gerencia a rede social. Ele se denomina como um "absolutista da liberdade de expressão", mas organizações questionam até que ponto informações sem checagem ou teorias da conspiração podem ser vistas como liberdade de expressão.
A ONG internacional Centro de Combate ao Ódio Digital (CCDH) denunciou que houve um aumento de desinformação e discurso de ódio na rede social desde que Musk assumiu o comando do antigo Twitter. Uma pesquisa feita pelo grupo mostrou que o X falhou em agir contra 99% dos posts com discurso de ódio publicados por usuários da plataforma, não apenas permitindo os tuítes problemáticos como também impulsionando ele.
Posts e contas com conteúdo de ódio, incluindo racismo, homofobia, neonazismo e antissemitismo denunciadas pelo grupo permaneceram ativas.