Em Madri, Sarney reforça apoio a Dilma e lembra período como presidente

24 nov 2014 - 21h38

Em visita a Madri, onde apresenta nesta terça-feira a versão em espanhol de seu livro "A Duquesa Vale Uma Missa", o senador José Sarney (PMDB-AP) voltou a manifestar apoio à presidente Dilma Rousseff, ao dizer que confia que ela punirá os responsáveis pelo escândalo de corrupção na Petrobras, e lembrou seu próprio período na presidência, afirmando sentir "muito orgulho" por seu papel no retorno do Brasil à democracia.

Sarney, em entrevista à Agência Efe, qualificou Dilma como "uma mulher muito preparada, que tem uma grande experiência de seus anos de governo que será muito importante para que possa melhorar as coisas no Brasil no segundo mandato".

Publicidade

Em alusão ao caso Petrobras, o senador afirmou estar convicto de que Dilma "está tomando todas as medidas possíveis e vai restaurar o prestígio do país e punir os culpados por essas coisas que estão ocorrendo".

O ex-presidente também exaltou o processo de retorno do Brasil à democracia e os avanços sociais e econômicos que conquistou enquanto esteve à frente do governo, além das melhorias apresentadas por seus sucessores, que segundo ele fizeram do Brasil um país "exemplar".

Sarney disse que o momento mais especial de sua longa carreira política foi a aprovação de uma Constituição "voltada ao social" e que mostrou ser a "mais duradoura" do país.

Sobre aquele período no Planalto, do qual afirmou sentir "muito orgulho" por ter sido o primeiro presidente pós-ditadura militar, Sarney lembrou que assumiu o governo em uma situação excpecional, no qual "a realidade pareceu ficção".

Publicidade

O senador afirmou que "nunca tinha imaginado" que teria que assumir a presidência (devido ao falecimento de Tancredo Neves, do qual seria vice, antes da posse), e descreveu a sensação que teve nos primeiros momentos no cargo: "tinha a impressão de que vivia uma situação que não era real".

Ao fazer um balanço de sua carreira, Sarney também destacou que durante seu mandato foi instaurado um sistema de saúde universal e a lei de gratuidade de medicamentos contra a Aids.

Sarney, que anunciou que não concorrerá a mais uma reeleição como senador pelo Amapá, se disse satisfeito também por ter combatido o desemprego e a inflação, conseguindo diminuir o primeiro a 2,19% e o segundo a 3,29%.

Hoje, o Brasil "é uma democracia exemplar, mesmo com todos os problemas".

Perguntado sobre o que teria gostado de fazer quando governava e não pôde, Sarney respondeu que seria um avanço mais profundo no desenvolvimento de programas sociais, e ressaltou o trabalho de seus sucessores neste sentido, especialmente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Publicidade

Em Madri, Sarney lançará "A Duquesa Vale Uma Missa", que relata o tormento de homem apaixonado por uma mulher retratada em um quadro, precisamente a Duquesa de Villars, amante de Enrique IV da França. A trama também aborda contradições da sociedade brasileira e traça um paralelo entre ela e a França do século XVI.

  
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se