Em novo depoimento à Polícia Federal nesta terça-feira, 19, o tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, negou saber sobre uma suposta trama golpista e planejamento operacional que visava o assassinato do então presidente eleito Lula (PT), seu vice, Geraldo Alckmin, e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
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O depoimento de Cid aconteceu na sede da PF em Brasília, no âmbito das investigações sobre a tentativa de golpe para impedir que Lula fosse empossado, em janeiro de 2023.
A informação foi divulgada pelo jornalista César Tralli, da GloboNews. Aos investigadores, Cid teria, também, confirmado que o ex-presidente Bolsonaro autorizou o monitoramento sobre a movimentação de Moraes.
A investigação, no entanto, vê o novo depoimento de Cid com ceticismo. Para a PF, o militar fazia 'jogo duplo' com o general da reserva, ex-ministro da Justiça e candidato a vice-presidente de Bolsonaro nas eleições de 2022, Walter Braga Netto.
A PF suspeita, ainda, que Cid omitiu nomes de envolvidos com o planejamento de um golpe de Estado durante delação premiada acordada com o STF. O tenente-coronel também foi chamado para se explicar sobre mensagens que foram apagadas de seu aparelho celular, apreendido durante as investigações.
Em sua delação, Mauro Cid revelou a realização de reuniões de Bolsonaro com o comando das Forças Armadas para discutir maneiras de impedir a posse de Lula como presidente, em janeiro de 2023. O ex-ajudante de ordens não mencionou o plano de assassinato de Lula.
A Polícia Federal pode, ainda, recomendar a anulação do acordo de delação premiada ou de seus benefícios, cujo pedido deverá ser decidido por Moraes. Caso aceito, Cid poderá perder benefícios obtidos com a delação, respondendo por todos os crimes dos quais é acusado. Também terá de responder administrativamente dentro do Exército. Ele também poderá ter de responder a um processo adicional por falso testemunho.