Em oitiva de mais de 9 horas, Cid reiterou à PF que não participou da reunião golpista com Bolsonaro

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro foi ouvido após ex-comandante do Exército, Freire Gomes, depor na corporação na semana passada

12 mar 2024 - 10h41
(atualizado às 13h06)
Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro
Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro
Foto: Dida Sampaio/Estadão / Estadão

O tenente-coronel Mauro Cid reiterou em seu depoimento à Polícia Federal (PF) que não participou de uma reunião com os comandantes das Forças Armadas e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado. Cid depôs pela quarta vez nesta segunda-feira, 11, durante mais de 9 horas na sede da corporação em Brasília.

De acordo com informações do jornal O Globo, em depoimentos anteriores, Cid já havia mencionado um encontro entre o general Freire Gomes e os então comandantes da Marinha, Almir Garnier, e da Aeronáutica, Baptista Junior, no qual teria sido apresentada uma minuta golpista. Cid relatou que soube através de Freire Gomes sobre a suposta pressão do então presidente para a iniciativa golpista. Bolsonaro nega ter atuado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência.

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No seu primeiro depoimento, Cid afirmou que tomou conhecimento da existência da minuta quando o ex-assessor presidencial Filipe Martins o apresentou, fornecendo uma versão impressa e em formato digital para que fossem feitas as alterações solicitadas por Bolsonaro.

A oitiva de Cid foi marcada após o ex-comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, prestar depoimento na semana anterior. Durante sua oitiva, Freire Gomes detalhou o suposto plano antidemocrático, declarando que foi contrário à proposta de Bolsonaro de reverter a derrota eleitoral de 2022. 

O general também implicou diretamente o ex-presidente na tentativa de golpe, afirmando que Bolsonaro convocou uma reunião no Palácio da Alvorada em 7 de dezembro de 2022 para discutir uma minuta que previa a convocação de novas eleições e a prisão de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Foi desse encontro que Cid afirmou novamente não ter participado.

Fonte: Redação Terra
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