Emas da Presidência morrem com obesidade após alimentação inadequada na gestão Bolsonaro

Governo Lula constatou que os animais não receberam cuidados necessário do governo anterior

9 fev 2023 - 14h16
(atualizado às 17h42)
Bolsonaro com caixa de cloroquina mostrando a ema, em foto de julho de 2020
Bolsonaro com caixa de cloroquina mostrando a ema, em foto de julho de 2020
Foto: Reuters / BBC News Brasil

Duas emas da Presidência da República morreram após apresentarem quadro de excesso de gordura. Depois de assumir o mandato, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) constatou que os animais foram alimentados com restos de comida humana na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O governo atual afirmou estar avaliando medidas para evitar novas mortes. A informação foi divulgada inicialmente pelo UOL e confirmada pela Casa Civil ao Terra.

Documentos da Emater-DF e da Casa Civil apontam que os animais estão sem acompanhamento veterinário e a maior parte deles em instalações inadequadas. Segundo o relatório, o governo de Bolsonaro destinou apenas um terço do orçamento anual que seria preciso para manter os cuidados com os animais, incluindo a alimentação adequada. Recentemente, alguns desses animais foram levados ao Zoológico de Brasília, com o acompanhamento do Ibama, para ficarem em locais adequados.

Publicidade

Uma das emas morreu na segunda semana de janeiro e outra na última semana. Ambas estavam na Granja do Torto, residência oficial da presidência em que, até dezembro, morava o ex-ministro Paulo Guedes.

Após um pedido da primeira-dama, Janja da Silva, foi realizada uma avaliação dos animais nas residências no dia 6 de janeiro. O relatório apontou que a maioria deles, apesar de ter "bom estado geral de saúde", estavam em "instalações inadequadas".

Uma semana depois a primeira ema morreu. A autópsia mostrou excesso de gordura visceral, abdominal e no fígado dos animais. Segundo os técnicos que acompanharam a situação, a morte súbita "fecha com o quadro" de doenças cardíacas e hepáticas, "desencadeadas provavelmente pelo mau manejo alimentar durante os últimos anos".

Restos de comidas

Apesar do laudo final das mortes ainda não ter sido emitido, o que deve acontecer na segunda quinzena deste mês, o UOL divulgou que os técnicos afirmaram nunca terem visto uma ave "com tanta gordura". Os profissionais ainda apontaram que os animais estavam sendo alimentados com restos de comida humana misturada a rações. Neste caso, os animais estariam comendo arroz e milho junto à ração, o que pode ter causado o aumento do peso deles, por não ser a dieta correta para os bichos. A suspeita é que a mistura era feita devido à baixa quantidade de ração disponível.

Publicidade

Isso porque, o gasto estimado para manutenção de todos os animais dos palácios presidenciais é para obter 20 mil grãos por ano, e, em 2022, o destinado foi de apenas 7 mil. Além disso, o relatório aponta que o principal problema foi a falta de acompanhamento técnico de profissional, que não tinha na gestão de  Bolsonaro.

Ainda conforme concluído pelos técnicos que avaliaram os locais, os problemas das instalações não permitiam que tivessem cuidados básicos com os bichos, como por exemplo, a vacinação. Inclusive, muitos dos animais perderam os filhotes devido a falta de ambiente adequado.

A Casa Civil afirmou que a gestão Lula "adotou todas as providências para adequar as instalações físicas dos animais, bem como oferecer o acompanhamento veterinário necessário". Ao todo, quatro papagaios, três araras, um periquito, um pássaro preto e dois pavões foram transportados. 

Fonte: Redação Terra
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se