O embaixador brasileiro em Israel, Henrique da Silveira Sardinha Pinto, voltará em breve a Tel Aviv, afirmou o Ministério das Relações Exteriores em nota nesta quinta-feira, depois que israelenses e palestinos anunciaram um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
A trégua acordada nesta semana, com mediação do Egito, encerrou um conflito de sete semanas em Gaza que matou 2.139 palestinos, a maioria civis. Do lado israelense, 64 soldados e cinco civis morreram.
"O Brasil acolhe com satisfação o anúncio de um cessar-fogo entre Israel e Palestina com base no esforço de mediação do Egito", afirmou o Palácio do Itamaraty em nota.
Sardinha havia sido chamado para consultas depois que o governo brasileiro criticou a campanha militar israelense em Gaza, considerou "inaceitável" a escalada da violência e condenou "energicamente o uso desproporcional da força por Israel".
"Concluídas as consultas para as quais foi convocado, o embaixador do Brasil em Israel, Henrique da Silveira Sardinha Pinto, retornará a Tel Aviv", diz a nota, sem informar a data de retorno.
As duras críticas do governo brasileiro e a convocação para o embaixador voltar ao país para consultas provocaram reações na chancelaria israelense. Um porta-voz chegou a chamar o Brasil de "anão diplomático" e de ignorar o direito de Israel de se defender.
O recém-eleito presidente de Israel, Reuven Rivlin, telefonou no início de agosto para a presidente Dilma Rousseff para pedir desculpas pelo episódio, de acordo com o Palácio do Planalto. [nL2N0QI00Y]
Rivlin disse que Israel estava se defendendo dos ataques com mísseis disparados de Gaza em direção ao seu território e esclareceu que as expressões usadas pelo funcionário não correspondem aos sentimentos da população de Israel em relação ao Brasil.
Israel lançou sua ofensiva militar em 8 de julho após um aumento dos disparos de foguetes feitos pelo Hamas, o grupo islâmico que controla a Faixa de Gaza.
Na nota desta quinta-feira, o Itamaraty reiterou a posição do governo brasileiro de uma solução de dois Estados para o conflito entre israelenses e palestinos, "vivendo lado a lado, em paz e segurança".
"O governo brasileiro confia em que o cessar-fogo contribua para a estabilização da região e permita encontrar um encaminhamento definitivo para o conflito entre Israel e Palestina", afirmou o Itamaraty.
(Por Bruno Marfinati)