Empresário admite ter pago R$ 10 mi em propina à Petrobras

Segundo Cristiano Kok, da Engevix, políticos fizeram um esquema para arrancar dinheiro das empreiteiras

19 mar 2015 - 09h10
(atualizado às 09h22)
<p>Sede da Petrobras no Rio de Janeiro</p>
Sede da Petrobras no Rio de Janeiro
Foto: Sergio Moraes / Reuters

O presidente do conselho de administração da empreiteira Engevix, Cristiano Kok, admitiu que pagou cerca de R$ 10 milhões em propina para o doleiro Alberto Youssef no esquema de corrupção na Petrobras. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, ele disse que foi “extorsão”, porque “os políticos aparelharam a Petrobras para arrancar dinheiro das empreiteiras”.

Segundo o empresário, foram de R$ 6 milhões a R$ 7 milhões em propinas num contrato de R$ 700 milhões da refinaria de Abreu e Lima, além de mais R$ 3 milhões na refinaria de Cubatão. Os valores foram pagos em prestações mensais para empresas de Alberto Youssef.

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Os pagamentos eram feitos para que a empresa não fosse prejudicada nos contratos com a Petrobras. “Para receber em dia, e ter as medições aprovadas, tem que pagar comissão, taxa de facilitação, propina, chame do que você quiser”, disse Kok. “Você começa a obra, monta equipe, se instala, sua um pouquinho e aí começam a aparecer as dificuldades para receber. Era chantagem mesmo. Extorsão.”

A Engevix está sendo processada por improbidade administrativa e o Ministério Público pede indenização de R$ 538 milhões pelos supostos delitos. Segundo o empresário, a empreiteira, que corre risco de quebrar, não pagará os valores cobrados na Justiça.

“De jeito nenhum. Se tem alguém que precisa pagar é a Petrobras, que nos deve mais de R$ 500 milhões”, afirma Kok.

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Fonte: Terra
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