A equipe de transição do futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu um documento com denúncias de assédio na Fundação Casa de Rui Barbosa, que fica sob a alçada da Secretária de Cultura do governo de Jair Bolsonaro (PL).
Na quarta-feira, 14, Letícia Dornelles foi demitida do cargo de presidente da fundação após, segundo ela, perseguição política até por parte do ex-secretário Mário Frias, que se elegeu deputado federal pelo PL de São Paulo.
Segundo informações da coluna de Malu Gaspar, do jornal O Globo, o dossiê revela acusações de outras pessoas que trabalhavam no local, principalmente contra Carlos Fernando Rabello, aliado de Frias que atuou como diretor-executivo desde 2020 e hoje ocupa o cargo de presidente-substituto da fundação após a exoneração de Letícia Dornelles.
Segundo o documento, Rabello intimidava, assediava e humilhava funcionários da Casa de Rui Barbosa, chamando-os de "serviçais", de acordo com a coluna.
Um dos denunciantes é um homem negro e homossexual, que pediu afastamento do trabalho após perseguição. Segundo ele, Rabello o chamava de 'Vera Verão' na frente de outros funcionários com a intenção de constrangê-lo.
O dossiê foi encaminhado para a Controladoria-Geral da União (CGU), mas os denunciantes informaram ao Globo que não foram ouvidos pelo órgão de investigação. A CGU não respondeu os pedidos de questionamento.
Rabello deve permanecer à frente da Casa de Rui Barbosa até o ano que vem, quando a futura ministra da Cultura nomeada por Lula, Margareth Menezes, assume e deve reformar o comando das instituições.