O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta terça-feira, esperar que a investigação sobre o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL) chegue aos mandantes do crime.
"Espero que realmente a apuração tenha chegado de fato a quem foram os executores, se é que foram eles, e a quem mandou matar", disse Bolsonaro, ao ser questionado sobre a prisão de dois suspeitos do caso, durante cerimônia de visita do presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu nesta terça-feira um policial militar reformado e um ex-policial militar acusados de executarem o crime contra Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, às vésperas de o crime completar um ano.
Um dos suspeitos presos mora no mesmo condomínio da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, em que Bolsonaro tem casa e onde o presidente morava antes de tomar posse em janeiro, enquanto o outro suspeito aparece em foto com Bolsonaro publicada em redes sociais.
Ao ser questionado sobre a foto com o suspeito preso nesta terça-feira, Bolsonaro alegou que tem fotos com milhares de policiais.
"Eu tenho foto com milhares de policiais civis e militares do Brasil todo", respondeu o presidente, com irritação.
Bolsonaro falou poucas vezes sobre o assassinato da vereadora. Na época, foi o único dos pré-candidatos à Presidência a não condenarem o caso. Posteriormente, disse que lamentava todas as mortes no Rio de Janeiro, mas não quis politizar o caso da vereadora.
Ao ser questionado se achava que o crime contra Marielle teria um mandante, disse acreditar que "é possível", mas aproveitou para lembrar o caso em que ele próprio foi alvo de um atentado durante a campanha presidencial.
"Eu também estou interessado em quem mandou me matar", disse.
Bolsonaro insiste na tese de que o agressor Adélio Bispo, responsável pelo ataque a faca contra ele ocorrido em setembro do ano passado, teria sido mandado por alguém, apesar das investigações da Polícia Federal apontarem que Bispo agiu sozinho e teria problemas mentais.
O presidente e seus filhos continuamente apontam a ligação de Bispo com o PSOL, mesmo partido de Marielle, ao qual ele foi filiado. Bispo se desfiliou da legenda em 2014.