'Esses 6 anos te tornaram um homem melhor', diz filho após Cabral deixar prisão

Marco Antonio Cabral celebrou a liberdade do pai e publicou um foto com o político em casa

20 dez 2022 - 08h53
(atualizado às 10h43)
Filho de Cabral beija o pai após seis anos da prisão
Filho de Cabral beija o pai após seis anos da prisão
Foto: Instagram

Um dos filhos de Sérgio Cabral, Marco Antonio Cabral publicou uma foto do ex-governador do Rio de Janeiro em casa, após o pai deixar a prisão nessa segunda-feira, 19.

"Agradeço a Deus por esse momento! Foram 6 anos e um mês, aguardando esse dia", escreveu Marco Antonio, que se candidatou às eleições deste ano e ficou como segundo suplente de deputado federal.

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Na imagem, o filho aparece beijando o pai com uma árvore de natal ao fundo. Na legenda, ele fez elogios ao ex-governador. "Paizão, você é exemplo de resiliência, amor ao próximo, temente a Deus, e apaixonado pela sua família. Apesar de todos os desafios e problemas, nunca se abateu, e sempre olhou para frente. Nunca carregou ódio, de ninguém que tentou te diminuir, de ninguém que te crucificou, e de ninguém que até hoje destila ódio pela boca."

Marco Antonio afirmou que os seis anos em que Cabral ficou preso lhe "tornaram um homem melhor, mais preparado e mais forte". Ele ainda agradeceu quem o apoiou durante esse período e criticou aqueles que o chamaram de "algoz".

"A história vai julgar cada um como deve ser julgado. Os algozes que nos fizeram passar por isso, estão aí, uns entraram para política, outros estão sendo investigados, mas não quero aqui fazer nenhum pré-julgamento, pois aprendi uma lição que não somos capazes de julgar o nosso semelhante, essa tarefa é divina".

Viatura com Sérgio Cabral deixa presídio em Niterói
Foto: Pedro Kirilos/Estadão / Estadão

Condenações somam 430 anos 

Cabral deixou a Unidade Prisional da Polícia Militar em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, na noite de segunda-feira, após seis anos preso preventivamente sem uma condenação definitiva. Ele estava acompanhado dos advogados e de Marco Antônio Cabral. Um grupo que se aglomerou em frente ao presídio e protestou contra a soltura do ex-governador com vais e gritos de "ladrão".

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Condenado a mais de 400 anos de prisão em 23 processos --que envolvem acusações de corrupção, lavagem de dinheiro e outros crimes--, o ex-governador do Rio cumpria a última das cinco prisões preventivas impostas contra ele. Quatro já haviam sido derrubadas por decisões da Justiça.

Na sexta-feira, 16, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a decisão que faltava. Agora, a defesa informou que ele ficará em prisão domiciliar em um imóvel da família em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Ele será monitorado com tornozeleira eletrônica.

O ex-governador não poderá se ausentar de sua residência, exceto mediante autorização da Justiça, e só poderá receber visitas de parentes até terceiro grau, advogados e profissionais de saúde.

A Justiça ainda proibiu a visita de colaboradores da Justiça, de outros investigados, em especial da Operação Lava Jato, e a realização de festas ou eventos sociais na casa onde o ex-cacique do MDB cumprirá prisão domiciliar.

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De acordo com um dos advogados de Cabral, Daniel Bialski, a soltura do ex-governador não é um "atestado de impunidade ou inocência".

"A Justiça não pode ter dois pesos e duas medidas. Todos os outros condenados na Lava Jato foram colocados em liberdade muito antes. A soltura determinada agora não é uma declaração nem de impunidade, nem de inocência. Se decidiu que não tinha mais cabimento manter uma prisão preventiva de seis anos", afirmou Bialski.

A defesa, que é formada ainda pelos advogados Bruno Borragine, Patrícia Proetti e Anna Julia Menezes, diz que está questionando a competência do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, em julgar os processos contra o ex-governador.

"Estamos questionando (a competência do juiz Marcelo Bretãs e do ex-juiz Sérgio Moro). Essa soltura é a última condenação da comarca de Curitiba. Todas as outras são aqui do Rio de Janeiro. Não se justifica todos os processos caírem na mesma Vara. Existe uma coisa no Direito que se chama juiz natural. A pessoa deve ser juntada por um juiz imparcial justamente para que não se tenha prejulgamentos ou uma predisposição para um lado ou outro", diz Bialski.

O ex-governador cumpria prisão preventiva desde 2016. As prisões preventivas não têm prazo definido, mas devem ser revistas a cada 90 dias pelo juiz responsável. Elas podem ser determinadas para evitar interferências em investigações ou a continuidade de crimes, por exemplo.

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A liberdade, no entanto, deve ser provisória ­ já há ações tramitando no Superior Tribunal de Justiça (STJ), uma das últimas instâncias de recurso antes da decisão final sobre os processos que atingem Cabral.

(* Com informações do Estadão Conteúdo)

Fonte: Redação Terra
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