'Eu não vou fugir do Brasil', diz Bolsonaro sobre decisões de Moraes

Ex-presidente afirmou na segunda-feira, 20, que poderia fugir do País mesmo tendo o passaporte retido pelo ministro Alexandre de Moraes

23 jan 2025 - 18h29

RIO - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira, 23, que não vai fugir do Brasil. A declaração do ex-chefe do Executivo foi dada em entrevista à CNN Brasil três dias após ele ter dito à rádio Auriverde Brasil na segunda-feira, 20, que poderia deixar o País, mesmo tendo o passaporte retido por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Eu vou para a cadeia, eu não vou fugir do Brasil. Eu podia ter ficado lá quando eu fui para os Estados Unidos. Quando eu fui para a posse do [Javier] Milei, eu poderia ter ficado, mas vim para cá, sabendo de todos os riscos que estou correndo", disse.

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Bolsonaro está com o passaporte retido desde fevereiro do ano passado, quando foi alvo da Operação Tempus Veritatis da Polícia Federal (PF), feita para investigar uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A medida foi adotada por Moraes para impedir que o ex-presidente consiga sair do País para escapar de uma possível condenação.

O ex-presidente lamentou não ter comparecido à cerimônia de posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

"Eu fui o último chefe de Estado a reconhecer a vitória do Biden. Isso teve um significado pra eles. Eu sou ex, me convidou, juntamente com a esposa. Lamentavelmente, eu não pude ir, fiquei muito triste, queria acompanhar a minha esposa, que só retorna no sábado, e amanhã tem uma marcha lá contra o aborto nos Estados Unidos. Ele sabe disso, alguns do primeiro escalão dele se manifestaram contra isso aí. Isso é uma ação do governo brasileiro, porque tem influência dentro do Supremo, que foi uma negativa para um convite de um chefe de Estado, que eu acho até que a repercussão seria menor com a minha ida, do que com a minha ausência", afirmou.

Desde então, Bolsonaro tentou por quatro oportunidades reaver o passaporte. A decisão mais recente foi na semana passada, quando Moraes citou que ele vem defendendo a fuga do País e o asilo no exterior para os diversos condenados pelos atos golpistas do 8 de Janeiro. A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou contra a liberação do documento, argumentando que a viagem não atendia a interesses vitais do ex-presidente.

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Com a negativa de Moraes, coube ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro representarem o ex-presidente na posse de Trump. Após deixar Michelle no Aeroporto Internacional de Brasília, Bolsonaro disse que estava "constrangido" por não poder ir aos Estados Unidos e afirmou esperar por um apoio do republicano para reverter a inelegibilidade política.

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