O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira, 4, que mantém o otimismo com relação à assinatura do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE).
"Eu só posso dizer para você que não vai ter assinatura [do acordo] na hora que terminar a reunião do Mercosul, que eu tiver o não. Enquanto eu puder acreditar que é possível fazer esse acordo, eu vou lutar para fazer. Porque, depois de 23 anos, se a gente não concluir o acordo, é porque, eu penso que nós estamos sendo irrazoáveis com as necessidades que nós temos de avançar nos acordos comerciais, políticos e econômicos", disse.
Durante uma entrevista na Alemanha, Lula abordou os obstáculos nas negociações, como as críticas do presidente francês, Emmanuel Macron, ao acordo, e uma possível resistência por parte do presidente eleito na Argentina, Javier Milei.
Lula destacou também que a reunião da cúpula do Mercosul, marcada para os dias 6 e 7 de dezembro no Rio de Janeiro, representa um "momento decisivo" para as negociações.
As negociações entre Mercosul e UE começaram em 1999. Em 2019, após a conclusão de uma parte das discussões, deu-se início à fase de revisão. De lá para cá, ambos os grupos continuaram as negociações, porém, não alcançaram um entendimento final.
No último final de semana, durante sua participação na COP28, Emmanuel Macron afirmou ser contra o acordo, destacando que o texto estava "mal remendado".
Enquanto esteve em campanha, o presidente eleito na Argentina, Javier Milei, criticou o Mercosul. Milei chegou a insinuar a possibilidade de se retirar do grupo, mas recentemente voltou atrás no seu discurso, passando a defender melhorias e aperfeiçoamentos no bloco.