O ex-deputado e jornalista Tilden José Santiago morreu aos 81 anos, na quarta-feira, 2, em Minas Gerais, vítima de complicações da covid-19. Santiago foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT) e da da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e também embaixador do Brasil em Cuba de 2003 a 2007, durante o primeiro mandato do governo Lula.
Nascido em Nova Era, no interior de Minas Gerais, Santiago foi deputado federal por Minas Gerais por três mandatos consecutivos (1991-2003). Entre os seus projetos de lei de maior destaque estão o que prevê a guarda compartilhada dos filhos para pais separados e a ideia embrionária que, posteriormente, deu origem à Lei da TV a Cabo.
Como jornalista, foi presidente do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais e fundou o Jornal dos Bairros, ícone histórico da imprensa popular em Belo Horizonte na década de 70.
Seu falecimento foi lamentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em sua rede social, Lula relembrou a jornada política ao homenagear o antigo colega de partido. "Tilden militou pela democracia e por um Brasil melhor", disse.
A presidente nacional do PT e deputada federal, Gleisi Hoffmann, também utilizou suas redes para oferecer condolências à família de Santiago e classificou-o como "companheiro valoroso de lutas históricas do partido".
A bancada do PT na Câmara dos Deputados emitiu uma nota de pesar. "Dedicou sua vida aos mais pobres, e em todas as trincheiras onde lutou levava sua alegria, sua dedicação, sua fala empolgada que traduzia os sonhos de um Brasil melhor", definiu.
Após 27 anos no PT, Santiago teve a filiação suspensa em 2007 depois de assumir o cargo na Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) durante o governo de Aécio Neves (PSDB). Outros dois partidos receberam o jornalista: o PSB, entre 2008 e 2019, e o PSOL, sigla que apoiou sua candidatura ao Legislativo de Contagem (MG) nas eleições de 2020. Entretanto, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Santiago renunciou antes mesmo da votação.