Documentos apreendidos pela Polícia Federal mostram detalhes de negociações feitas pela consultoria Costa Global, que pertence ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, e empresas que tinham contratos com a estatal. De acordo com os documentos, a comissão de Costa, pago para conseguir contratos para as empresas, é, em muitos casos, de 50% do valor dos negócios. As informações são do programa Fantástico.
Uma das empresas que contratou o ex-diretor da estatal é a Astromarítima Navegação S.A., que, em outubro de 2013, assinou com a Petrobras seis contratos de serviço de fretamento de embarcações. Os contratos têm o valor de, aproximadamente, R$ 490 milhões. De acordo com a reportagem, a Astromarítima fechou outro contrato, no valor aproximado de R$ 69 milhões, com a Petrobras em janeiro deste ano.
No dia 28 de novembro de 2013, um mês após a Astromaritima fechar seu primeiro contrato com a Petrobras, Costa cita a empresa em uma planilha. Em uma coluna referente ao “success fee”, o ex-diretor da estatal indica que receberia 5% do valor bruto do contrato mais 50% não especificados.
Em outro documento, porém, Costa aponta que a Astromarítima pagaria 5% do valor bruto, em um limite de R$ 110 milhões, e mais 50% sobre o montante que ultrapassasse este valor.
O doleiro Alberto Youssef também aparece nos documentos apreendidos pela PF. Em uma planilha de negócios feitos entre novembro de 2012 e junho de 2013, Costa atribuiu a origem da entrada de dinheiro na sua empresa a uma pessoa chamada de "primo", que seria o doleiro, de acordo com a polícia.