Ex-exilado no Chile, Serra repudia declaração de Bolsonaro

Para ex-chanceler, declaração do presidente "agride os direitos humanos e o povo chileno"

4 set 2019 - 18h28
(atualizado às 18h49)

O ex-chanceler José Serra - que foi para o exílio no Chile durante a ditadura militar brasileira e chegou a ser preso lá depois que Augusto Pinochet tomou o poder - repudiou nesta quarta-feira as afirmações do presidente Jair Bolsonaro em que ele ataca o pai da ex-presidente chilena Michelle Bachelet.

José Serra.
José Serra.
Foto: Roberto Casimiro / Foto Arena / Estadão

"O presidente deu uma declaração que agride os direitos humanos e o povo chileno, e merece todo nosso repúdio", escreveu, em nota enviada ao Estado.

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"Elogiou o covarde assassinato do general Bachelet, pai da ex-presidente do Chile Michele Bachelet, na época da ditadura militar chefiada pelo abominável general Augusto Pinochet", concluiu.

Bolsonaro afirmou nesta quarta em suas redes sociais que o golpe de Pinochet "deu um basta à esquerda" no país. "Entre esses comunistas o seu pai brigadeiro à época", se referindo a Alberto Bachelet, que foi torturado e morto pela ditadura.

Ele escreveu ainda que a ex-presidente chilena "investe contra o Brasil na agenda de direitos humanos (de bandidos), atacando nossos valorosos policiais civis e militares".

Michelle, que hoje é alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para os direitos humanos, havia dado uma entrevista coletiva em Genebra na qual disse que houve uma "redução do espaço democrático" no Brasil. Na ocasião ela citou a aumento da violência policial no País.

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