Ex-governador de SP diz que medidas de Dilma são 'cortina de fumaça'

Alberto Goldman engrossa discurso da oposição contrário aos cinco pactos anunciados ontem pela presidente da República

25 jun 2013 - 13h18
(atualizado às 13h20)
<p>Dilma Rousseff anunciou cinco pactos para melhorar os serviços públicos</p>
Dilma Rousseff anunciou cinco pactos para melhorar os serviços públicos
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / ABr

Na manhã desta terça-feira, o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman (PSDB) reafirmou o discurso da oposição contrário aos pactos propostos por Dilma Rousseff (PT) durante um simpósio sobre segurança pública na Assembleia Legislativa. Segundo ele, os cinco pactos sugeridos pela presidente (reforma política, responsabilidade fiscal, melhoria na saúde, educação e transporte público) são uma "cortina de fumaça" sobre a realidade do País e o verdadeiro plano de governo.

Goldman afirmou que os investimentos sugeridos como novidade por Dilma já fazem parte do plano anual do governo. "Eles já existem, só não são aplicados da forma correta", discursou. Sobre os cofres públicos, o ex-governador disse ainda que "dinheiro não está faltando. Faltam medidas para usá-lo da melhor maneira".

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A criação de um plebiscito para convocar uma assembleia constituinte para discutir a reforma política foi duramente criticada por Goldman. "Não precisa abrir um plebiscito, o próprio Congresso tem que desempenhar esta função e tomar a decisão", afirmou.

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Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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Fonte: Terra
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