Ex-presidente da Petrobras nega perdas: Pasadena foi barata

20 mai 2014 - 11h56
(atualizado às 12h34)

O ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli afirmou nesta terça-feira que a refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, estava “barata" quando foi comprada, em 2006. Ainda segundo Gabrielli, a responsabilidade pela aquisição da planta é compartilhada entre a diretoria e o Conselho de Administração da estatal, que na época da compra era comandado pela presidente Dilma Rousseff.

“Era uma refinaria muito bem localizada e que estava barata, porque foram comprados os primeiros 50% equivalentes a menos da metade do preço médio das refinarias por barril de destilação na época. Não foi uma compra cara. Foi uma compra abaixo do preço do mercado. Não adianta tentar caracterizar com informações incompletas a aquisição dessa refinaria”, disse Gabrielli à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras no Senado.

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Atual secretário de Planejamento da Bahia, Gabrielli também destacou que o consumo de derivados de petróleo no Brasil, como gasolina, levou à decisão de comprar a refinaria nos Estados Unidos, especialmente porque a estrutura possibilitaria o processo de refino por muito menos que o Brasil pagaria à época. O ex-presidente da Petrobras, no entanto, não apresentou números que embasassem sua afirmação.

No mês passado, em depoimento a senadores, a atual presidente da estatal, Graça Foster, afirmou categoricamente que a compra da refinaria não havia sido um “bom negócio”. "Hoje, olhando aqueles dados, não foi um bom negócio, não pode ser um bom negócio. Quando você tem de tirar do seu resultado, não há como reconhecer que tenha feito um bom negócio. Isso é inquestionável do ponto de vista contábil", disse.

A Petrobras pagou à empresa belga Astra Oil, da qual era sócia na refinaria até então, US$ 360 milhões pela primeira metade da refinaria e US$ 1,18 bilhão para adquirir o restante após uma disputa na Justiça. No entanto, a refinaria inteira teria custado à Astra US$ 42,5 milhões um ano antes. Graça Foster, disse, porém, que esse valor não inclui os investimentos de US$ 360 milhões que a Astra teria feito.

José Sérgio Gabrielli frisou que o faturamento atual de Pasadena é de US$ 5 bilhões, o que, segundo ele, nem de longe poderia ser caracterizada como um prejuízo. Ainda assim, admitiu, os números repassados à diretoria e ao Conselho de Administração da Petrobras indicavam que o retorno seria maior, o que acabou não ocorrendo.

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“Na medida em que o mercado continuasse crescendo, você teria uma refinaria que daria com certeza retorno bastante elevado. Este é o contexto para a compra de Pasadena. Até 2006 era estratégico comprar Pasadena. Deixou de ser em 2008. Se eu escalar um time no sábado a posição é uma. Se escalar no domingo, depois do jogo, evidentemente que a posição é outra”, comparou.

O depoimento de José Sérgio Gabrielli é o primeiro da CPI da Petrobras no Senado. A reunião foi esvaziada pela oposição com a decisão do senador Cyro Miranda (PSDB-GO) não participar da sessão de perguntas, o que garantiu controle total à base governista. Enquanto isso, a oposição trabalha para instalar ainda hoje a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), com a participação de deputados e senadores.

Fonte: Terra
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