O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato, e o seu candidato a vice e possível substituto na chapa, o ex-prefeito Fernando Haddad, são os protagonistas da primeira inserção da campanha presidencial do PT nas eleições 2018 que vai ao ar às 6 horas desta sexta-feira, 31.
O filme de 30 segundos mostra imagens de arquivo de uma entrevista de Lula a uma rádio. "O povo brasileiro não é bobo", diz o ex-presidente, que, em seguida, enumera pontos positivos de seus governos.
Nos segundos finais, Haddad aparece falando de frente para a câmera enquanto caminha no meio de uma multidão. As imagens foram gravadas durante o ato que reuniu manifestantes na frente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, para o registro da candidatura de Lula, no dia 15 de agosto. "Eu sou Fernando Haddad, candidato a vice-presidente de Lula", diz o ex-prefeito de São Paulo.
A ideia é popularizar o nome de Haddad, ainda desconhecido da maioria dos eleitores de Lula, e, ao mesmo tempo, destacar o período de bonança durante os governos do ex-presidente. O grande desafio da comunicação petista neste início de campanha é tentar transferir os votos de Lula, líder nas pesquisas, para Haddad sem deixar transparecer que o discurso de manutenção da candidatura do ex-presidente é apenas uma estratégia eleitoral.
TSE
Em caso de uma decisão contrária no TSE nesta sexta-feira, o PT pretende se reunir para avaliar se antecipa a substituição de Lula por Haddad. Advogados eleitorais do ex-presidente têm se reunido com a equipe de comunicação da legenda para traçar dois cenários possíveis.
No primeiro deles, sem um impedimento da Corte Eleitoral, Lula será o protagonista dos programas. Caso contrário, a imagem do ex-presidente será usada nos 25% de tempo do horário eleitoral que, pela legislação, não deve, obrigatoriamente, ser destinado à chapa de candidatos. Na segunda hipótese, o PT deve adotar uma narrativa em que Lula aparece como "vítima de perseguição" por parte da Justiça Eleitoral.
Se o registro de Lula for indeferido pelo TSE, a defesa do petista, por orientação do próprio ex-presidente, vai apresentar um Recurso Extraordinário com pedido de liminar ao Supremo Tribunal Federal.