O ex-vice-presidente do Equador, Jorge Glas, enviou uma carta escrita à mão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pedindo ajuda. O ex-presidente da Colômbia Ernesto Samper entregou a carta antes do presidente brasileiro se encontrar com o atual presidente colombiano, Gustavo Petro.
O ex-vice-presidente do Equador, Jorge Glas, enviou uma carta escrita à mão pedindo ajuda ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A carta foi entregue pelo ex-presidente da Colômbia Ernesto Samper na última quarta-feira, 17, em Bogotá, antes do encontro do chefe de Estado brasileiro com o presidente colombiano, Gustavo Petro.
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“Sou Jorge Glas, ex-vice[-presidente] de Rafael [Correa]. Outra vez estou preso, me ajude”, escreveu.
Glas foi preso após uma operação da polícia equatoriana na embaixada mexicana, em Quito, no último dia 5. Na ocasião, alguns diplomatas mexicanos, que estavam no local, foram agredidos pelas forças de segurança.
Condenado por corrupção, o ex-vice-presidente colombiano recebeu asilo diplomático na embaixada mexicana. Em meio ao imbróglio, a Justiça considerou a prisão ilegal, e o caso foi repudiado por outros países.
Na carta, Glas ainda escreveu que "só a pressão internacional" pode ajudá-lo e relatou que está na "pior prisão do país e em greve de fome". Responsável pela entrega da carta a Lua, o ex-presidente colombiano descreveu a mensagem como "desesperada" e afirmou que aproveitou a passagem do chefe brasileiro pelo país, conforme informou em entrevista à CNN. Ele ainda teria feito uma transcrição por considerar a letra ilegível.
"Ele expressou para mim preocupação com a vida e com o grito de uma pessoa que está em dificuldades", relatou.
Samper explicou o motivo de ter entregue a carta ao presidente. "Lula tem um reconhecimento e uma liderança indiscutível na região, suas opiniões são muito ouvidas e acho que por isso recorreram a ele."
Lula chegou a comentar a invasão à embaixada mexicana durante a cúpula extraordinária de chefes de Estado da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), na última terça-feira, 15. Ele definiu o episódio como "simplesmente inaceitável" e falou que o caso não afeta apenas o México.
"Um pedido formal de desculpas por parte do Equador é um primeiro passo na direção correta", destacou Lula na ocasião.
O ex-presidente colombiano também enviou cartas para os chefes de outros países, entre eles México e Colômbia.