A executiva nacional do PT decidiu abrir processo contra o deputado federal André Vargas na comissão de ética do partido. Antes, porém, uma comissão de três dirigentes nacionais petistas ouvirá o parlamentar nos próximos dias, em Brasília. A decisão foi tirada de uma reunião realizada nesta quinta-feira na sede do partido, no centro de São Paulo, com 18 dirigentes da sigla.
Vargas pediu afastamento temporário por 60 dias do mandato de deputado federal, em meio a investigações da Polícia Federal de que teria recebido favores do doleiro Alberto Yousseff. Ontem, o parlamentar renunciou ao posto de primeiro vice-presidente da Câmara, a qual, no mesmo dia, decidiu abrir processo na comissão de ética contra o petista.
De acordo com o presidente nacional do PT, Rui Falcão, a comissão que ouvirá Vargas é formada pelos dirigentes Florisvaldo Souza, Alberto Cantalice e Carlos Árabe. Não há prazo para que o grupo vá a Brasília falar com o parlamentar. “Achamos que, à luz dos fatos noticiados, é importante ouvi-los”, justificou Falcão.
Indagado sobre quais fatos chamaram a atenção da executiva a respeito de Vargas, bem como avalição sobre o grau de gravidade atribuído a eles, Falcão definiu: “São fatos que dizem respeito a um voo num avião e a uma audiência que ocorrerá no conselho de ética”. Para o presidente do PT, “os fatos, por si só, não incriminam” Vargas. Em seguida, emendou: “São fatos noticiados”.
Após ouvir o deputado, os dirigentes designados pela executiva terão de reportar as declarações ao partido “para encaminhamentos futuros”.
Apoio à Petrobras
Na reunião, a executiva também aprovou uma resolução em defesa da Petrobras e acusou a oposição de se voltar “contra o sistema de partilha e contra o pré-sal” com um “único objetivo: fazer prevalecer interesses privados numa empresa que é, acima de tudo, patrimônio do povo brasileiro”.
Esta semana, o Congresso aprovou a instalação de uma CPI para investigar denúncias de pagamento de propina envolvendo representantes da estatal. Governistas conseguiram incluir no foco da comissão também investigações envolvendo administrações do PSDB e do PSB, partidos adversários do PT nas eleições de outubro.