O Exército Brasileiro mobilizará 17 mil soldados para o desfile cívico de 7 de setembro nas sedes de oito comandos da área da Força terrestre, uma diminuição em relação ao ano anterior, quando o país celebrou o bicentenário da Independência. Apesar da ausência esperada de um discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como seu antecessor Jair Bolsonaro (PL) costumava fazer, o risco de tumultos persiste. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.
As preocupações surgiram devido a postagens nas redes sociais relacionadas à forma como os apoiadores de Bolsonaro planejam marcar a data, oito meses após o fracasso da tentativa de golpe em 8 de janeiro. Recentemente, o Ministro da Justiça, Flávio Dino, alertou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, sobre dezenas de vídeos que supostamente incitam protestos violentos no feriado cívico.
Um desses vídeos envolvia o pastor Silas Malafaia, conhecido por seu apoio a Bolsonaro. Malafaia criticou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e os generais do Alto Comando, acusando-os de passividade em relação à prisão de auxiliares de Bolsonaro por falsificação de cartões de vacina.
Preocupada com a situação, a governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão, anunciou a criação de um gabinete de crise com o objetivo de manter a ordem pública e social durante as celebrações de 7 de Setembro.
O grupo é coordenado pela Secretaria de Segurança do DF e conta com a participação de representantes dos Ministérios da Defesa, da Justiça e do Gabinete de Segurança Institucional, além de agências de inteligência e órgãos de segurança.
Celina também pediu ao secretário executivo do Ministério da Justiça e ex-interventor na Segurança Pública do DF, Ricardo Cappelli, que a pasta autorizasse o uso da Força Nacional da Segurança para reforçar o policiamento em Brasília, o que foi concedido. O esquema de segurança deve ser maior do que o da posse de Lula.
Segundo o Estadão, indo na direção contrária dos temores de protestos ou de violência, o senador Flávio Bolsonaro criou uma campanha de doação de sangue para que “patriotas” fizessem seu protesto no dia 6, em vez do dia 7.
Enquanto isso, o Exército brasileiro está se preparando para o desfile, que terá como tema "Democracia, Soberania e União". O evento contará com um grande contingente de 3 mil militares, incluindo veículos blindados e equipamentos militares. A tentativa é dissociar o evento das celebrações bolsonaristas dos anos anteriores.
Em outras cidades do Brasil, como Rio de Janeiro e São Paulo, também estão programados desfiles militares, embora em menor escala. A segurança será reforçada em todo o país para evitar tumultos e confrontos.