A tensão entre Venezuela e Guiana tem chamado a atenção do Brasil. O motivo é que, para uma ocupação venezuelana em larga escala, por via terrestre, uma incursão de militares do regime do ditador Nicolás Maduro teria que passar pelo território brasileiro para chegar à Guiana.
Em especial, as cidades em situação de fronteira entre os dois países: Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, e Bonfim e Normandia, na região da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, na fronteira com a Guiana.
Porém, integrantes do Exército brasileiro consideram improvável a situação. Mesmo assim, as Forças Armadas promoveram um reforço de militares em Pacaraima. O objetivo é equipá-los para um combate por terra, em caso de invasão, segundo informação do jornal A Folha de São Paulo.
Ao jornal, o Ministério da Defesa confirmou a maior presença militar na região em razão da crise entre Venezuela e Guiana. Houve deslocamento de cerca de 200 militares e de blindados para o pelotão da fronteira no município. Além do transporte de munição, por via área, com foco no que seria um combate por terra.
Integrantes do Exército dizem que a invasão de um país amigo seria um erro impensável por parte de Maduro, desconsiderando a boa relação que a Venezuela tem com o Brasil após a eleição do presidente Lula (PT).
No próximo domingo, 3, a população venezuelana decidirá se apoia ou não a incorporação ao seu território da região da Guiana de Essequibo, que corresponde a 70% do território guianês.
Nesta sexta-feira, 1º, os juízes da Corte Internacional de Justiça, em Haia, na Holanda, disseram que a Venezuela deve se abster de qualquer ação que altere a situação da região de Essequibo. Porém, não recomendou a suspensão da consulta popular.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil disse acompanhar com preocupação a crise entre Venezuela e Guiana.