Existia organização criminosa a partir do Planalto no governo anterior, diz Padilha sobre "Abin paralela"

Ministro fez a declaração ao ser questionado sobre as investigações da Polícia Federal a respeito de uma chamada "Abin paralela"

29 jan 2024 - 17h40
(atualizado às 18h08)
Alexandre Padilha, ministro do governo Lula
Alexandre Padilha, ministro do governo Lula
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

O ministro das Relações Interiores, Alexandre Padilha, afirmou nesta segunda-feira que uma "organização criminosa" criada durante o governo do então presidente Jair Bolsonaro atingiu uma série de órgãos públicos e foi responsável por aparelhar a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para investigações irregulares.

"Existia uma organização criminosa a partir do Palácio do Planalto no governo anterior que envolveu várias instituições. O clima e o ódio semeados durante quatro anos pelo governo anterior envolveu e contaminou várias instituições civis e militares e a apuração sobre o envolvimento individual em todas as instituições tem que continuar", disse Padilha em entrevista a jornalistas.

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O ministro fez a declaração ao ser questionado sobre as investigações da Polícia Federal a respeito de uma chamada "Abin paralela" criada durante o governo Bolsonaro para monitorar cidadãos e autoridades de forma ilegal. Nesta segunda, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão contra o vereador Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente, no âmbito das investigações.

O ministro destacou que as investigações da PF a mando do Poder Judiciário sobre as possíveis irregularidades não ficarão restritas à Abin e servem como forma de "barrar de vez esses criminosos" ligados também aos eventos de 8 de janeiro de 2023.

"Os processos de apuração não se restringem à Abin. Envolvem todos os órgãos, sejam civis ou militares. Desde o ano passado, já vem sendo desenvolvido de forma autônoma pela Polícia Federal, a partir das orientações e determinações do Judiciário e nós não descansaremos enquanto todos aqueles envolvidos com os crimes que antecederam o dia 8 de janeiro... e os crimes do próprio 8 de janeiro sejam devidamente apurados e punidos pela irresponsabilidade com a democracia brasileira", afirmou.

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