As investigações sobre o acidente aéreo que vitimou o ex-governador de Pernambuco e ex-candidato à Presidência da República, Eduardo Campos, ainda não foram concluídas, de acordo com nota divulgada nesta sexta-feira (16) pela Força Aérea Brasileira (FAB).
A nota é uma resposta à matéria publicada nesta sexta-feira, no jornal O Estado de S.Paulo, segundo a qual o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) aponta para uma sequência de falhas do piloto Marcos Martins como causa do acidente. Ainda de acordo com a reportagem, não foi encontrado indício de falha técnica do avião.
A nota da FAB diz que "as investigações que apuram os fatores contribuintes do acidente com a aeronave PR-AFA ainda não foram concluídas pelo Cenipa. O Relatório final de Investigação é o documento destinado a divulgar a conclusão oficial e as recomendações de segurança de voo relativas ao acidente. A investigação não trabalha com prazos durante sua realização. O processo segue a seu tempo para o benefício da prevenção, e é proporcional à complexidade do acidente".
A tragédia ocorreu no dia 13 de agosto do ano passado, quando um jato Cessna 560XL caiu em Santos, no litoral de São Paulo. O avião havia decolado no Rio de Janeiro com destino a uma base aérea na cidade do Guarujá. Além de Campos, o acidente também vitimou quatro assessores, o piloto e o co-piloto. No último dia 6, a Aeronáutica havia dito que vai começar a divulgar, no início de fevereiro, informações sobre as investigações que apuram as causas do acidente, mas sem definir uma data.
Após a publicação da reportagem, o irmão de Campos, Antonio Campos, divulgou nota na qual diz estranhar o acesso às investigações antes da apresentação do relatório final. “É estranho que se tenha acesso às investigações da Aeronáutica e se divulgue conclusões antes da divulgação pelo órgão competente". Diz ainda ser prematura qualquer conclusão, uma vez que o "Cenipa não está fazendo todas as perícias do caso e não pode ter uma visão global do acidente”.
Além do Cenipa, o caso também é investigado pela Polícia Federal e pela Polícia Civil de São Paulo. O irmão de Campos disse ainda que só se pronunciará após a conclusão das investigações da Aeronáutica e dos inquéritos policiais em curso, que poderão trazer provas complementares. "Até lá, é prematura a conclusão noticiada, até porque está pendente da conclusão de relevantes perícias”, disse.