PGR entrega delação "ajustada" de Funaro para homologação

31 ago 2017 - 18h04
(atualizado às 18h10)
Ministro Edson Fachin, do STF, durante sessão da corte, em Brasília
02/02/2017 REUTERS/Adriano Machado
Ministro Edson Fachin, do STF, durante sessão da corte, em Brasília 02/02/2017 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), recebeu nesta quinta-feira do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, os termos da delação premiada do empresário Lúcio Funaro com ajustes na proposta, informaram duas fontes que acompanham as negociações.

Sob sigilo, a colaboração de Funaro havia sido remetido para Fachin na terça-feira a fim de ele decidir se homologaria o acordo firmado desde a semana passada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

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Contudo, segundo uma fonte, Fachin devolveu a proposta de Janot para que o procurador excluísse dos termos do acordo a previsão de que Funaro não pudesse ser alvo de ação por improbidade administrativa.

A avaliação feita pelo ministro do Supremo é que a lei da delação premiada não pode garantir uma blindagem na esfera cível --não ser processado por improbidade--, uma vez que esse tipo de colaboração só tem repercussão na esfera criminal.

O procurador-geral fez o ajuste, com a exclusão dessa previsão, e remeteu o acordo novamente para Fachin. Segundo uma das fontes, a expectativa é que até segunda-feira o ministro do STF realize a audiência --que será delegada a um juiz auxiliar-- para confirmar se todas as afirmações feitas foram prestadas de forma livre, espontânea e sem qualquer tipo de coação.

Essa etapa, quando for realizada, precede a homologação propriamente dita do acordo de delação do empresário, que deverá ser feita até a próxima quarta-feira. Janot pretende usar as informações de Funaro em uma segunda denúncia contra o presidente Michel Temer.

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Janot tem menos de três semanas à frente do Ministério Público Federal --será substituído pela subprocuradora-geral da República Raquel Dodge-- e deu indicações de que fará uma nova acusação contra Temer. A Câmara barrou, no início deste mês, autorizar o Supremo a julgar uma denúncia contra Temer por corrupção passiva.

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