A pré-candidata à Presidência da República pela Rede, Marina Silva, avaliou nesta sexta-feira que um "período sabático" de PT e PSDB seria bom para a sociedade brasileira, criando espaço para o surgimento de uma alternativa.
"Acho que fará muito bem à sociedade que eles (PT e PSDB) tenham um período sabático e que a gente possa ter uma outra alternativa, nós não ficamos com essa história de que é direita e esquerda", afirmou Marina a jornalistas após participar de evento da central sindical União Geral dos Trabalhadores (UGT), em São Paulo.
A presidenciável afirmou que a sua proposta de candidatura segue como uma alternativa à polarização PT-PSDB, partidos que, em sua avaliação, se perderam.
"Eles se perderam e já deram boas contribuições no passado --um com a política econômica, o outro com as políticas sociais--, mas se transformaram em projetos de poder pelo poder", afirmou Marina.
A ex-senadora, que foi candidata também em 2010 e 2014, disse para a plateia de sindicalistas que irá "refundar a República".
"Na República, os políticos não têm tanto poder. Na República, quem tem poder é a Constituição, o Código Civil, o Estatuto da Criança e do Adolescente, é a lei", disse.
Com outros pré-candidatos já falando sobre e sinalizando possíveis alianças, Marina voltou a dizer que tem conversado com os mesmos partidos com quem dialogou em 2014, mas respeitando o fato de que eles tenham seus próprios candidatos.
A coligação presidencial daquele ano, além do PSB, que era o partido ao qual Marina estava filiada, teve também PHS, PRP, PPS, PPL, e PSL.
Dessas legendas, o PSB flerta com a possibilidade de lançar o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, e o PSL tem como pré-candidato o deputado federal Jair Bolsonaro (RJ).
Na pesquisa Datafolha divulgada na semana passada, a pré-candidata da Rede aparece em empate técnico na liderança com o pré-candidato do PSL, deputado Jair Bolsonaro (RJ), em cenários onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não aparece como candidato. A pesquisa coloca-a como vencedora contra Bolsonaro num eventual segundo turno.
Lula lidera todos os cenários em que aparece na pesquisa. O petista está preso desde o início do mês cumprindo pena de 12 anos e 1 mês de prisão no caso sobre o tríplex no Guarujá (SP) e deve ser impedido de disputar a eleição por conta da Lei da Ficha Limpa, que torna inelegíveis condenados por órgãos colegiados do Judiciário.