Feliciano justifica frase polêmica: 'Satanás' significa adversário

Parlamentar afirmou em culto evangélico que Comissão de Direitos Humanos era "dominada por Satanás"

1 abr 2013 - 17h16
(atualizado às 17h31)
<p>Na sexta-feira, ele declarou, em um culto na cidade de Passos (MG), que a comissão era dominada por Satanás antes de sua chegada ao posto</p>
Na sexta-feira, ele declarou, em um culto na cidade de Passos (MG), que a comissão era dominada por Satanás antes de sua chegada ao posto
Foto: Alexandra Martins / Agência Câmara

Em nova polêmica envolvendo religião e a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, o presidente do colegiado, deputado Marco Feliciano (PSC-SP), disse nesta segunda-feira, por meio de seu perfil no Twitter, que o termo "Satanás" foi usado por ele num culto evangélico para falar a respeito de "adversários". "Quando cito Satanás estar em locais de trabalho, falo sobre Adversários. Satanás ou Satã (do hebraico שָטָן, significa adversário/acusador)", escreveu o parlamentar. Na sexta-feira, ele declarou, em um culto na cidade de Passos (MG), que a comissão era "dominada por Satanás" antes de sua chegada ao posto.

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Pastor Feliciano diz que comissão era "dominada por Satanás"

Antes do culto, ele foi recebido por protestos no local. "Essa manifestação toda se dá porque, pela primeira vez na história desse Brasil, um pastor cheio de Espírito Santo conquistou o espaço que até ontem era dominado por Satanás". Na sequência, Feliciano criticou a realização de um seminário sobre "diversidade sexual na primeira infância" feito pelo órgão em 2012. "Eu morro, mas não abandono minha fé", gritou ele, que vem sendo acusado de ser homofóbico e racista.

O deputado também afirmou, no Twitter, que na Constituição "é inviolável a liberdade de consciência e de crença" e que já conversou com lideranças do PSC para explicar as declarações dadas na sexta-feira. A declaração do deputado não foi bem recebida por ex-presidentes da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. "Mais uma vez, ele mostra desequilíbrio, inclusive emocional, para presidir uma comissão. É um cargo que exige parcimônia, respeito", disse a deputada federal Manuela D´Ávila (PC do B-RS), que presidiu a CDH em 2011.

A deputada federal Iriny Lopes (PT-ES), que dirigiu a mesma comissão em 2010, repudiou de maneira enfática a fala de Feliciano. Para ela, o deputado é um "vexame" e "empobrece o parlamento". "Esse pastor é um ridículo. É um vexame e deveria se mancar e não expor a Câmara ao ridículo", afirmou. Antecessor de Feliciano no cargo, Domingos Dutra (PT-MA) também criticou a declaração. "Cada vez que fala, ele se encrenca. Ele ofende os demais colegas", disse.

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Fonte: Terra
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